16 MAR 2025
Marcus Aragão faz cirúrgica análise sobre o hospital da Unimed Natal que desmistifica as narrativas da campanha da Chapa 1, liderada pelos médicos Ricardo Queiróz e Fernando Pinto, presidente da cooperativa há oito anos.
A análise de Aragão:
- A inauguração do Complexo Hospitalar da Unimed Natal é um marco para a cidade e para os 1.500 cooperados. Um projeto imponente, que tem o potencial de elevar ainda mais o padrão de atendimento da cooperativa e beneficiar diretamente médicos e pacientes. Esse avanço deve ser celebrado.
Embora a ladainha da chapa da situação não pare de insistir o contrário, todos sabemos que desde o início, Márcio Rêgo sempre foi favorável à construção do hospital. Sua única preocupação foi garantir que a obra fosse conduzida com responsabilidade, transparência e planejamento.
Vejamos se foram infundadas as preocupações com o andamento da obra. Afinal, quando um orçamento inicial de R$ 115,6 milhões em 2019 se transforma em uma projeção de gastos que já ultrapassa R$ 417,2 milhões, é natural que um coordenador do conselho fiscal, responsável, questione. Um investimento de quase meio bilhão de reais não deveria ser auditado?
A auditoria Deloitte apontou pontos que justificavam essa preocupação.
Analisem:
— Falta de controle orçamentário detalhado e de justificativas para certos aditivos contratuais.
— Ausência de critérios objetivos para medições, resultando em avaliações subjetivas.
— Compras sem licitações, exigindo maior controle sobre cronograma e custos.
— Planejamento deficiente na aquisição de materiais, comprometendo a eficiência financeira.
— Não existia estudo de viabilidade. Só ficou pronto no último trimestre de 2024.
A pergunta que não quer calar: Por que essa auditoria incomodou tanto?
A minha leitura é que não houve desonestidade alguma por parte da atual gestão, apenas falta de organização e ausência quase total de planejamento. Se não sabiam fazer, gerir, era dever da atual gestão contratar quem soubesse.
Bem, agora, é olhar para frente. Com o hospital entregue, surge um novo momento para a Unimed. A atual gestão pode encerrar seu ciclo com um legado positivo, passar o bastão, ou pode insistir em se perpetuar no poder e desgastar sua própria imagem.
O episódio recente envolvendo o impedimento de cooperados de votarem é um reflexo desse comportamento, no mínimo, abusivo.
Autor(a): BZN