Política

A blindagem do sistema político e a ameaça a quem tentou combater a corrupção, por Ricardo Amorim

07 JUN 2023

Foto: Facebook de Ricardo Amorim

O economista Ricardo Amorim é um atento observador da roda viva que move a política e seus pormenores. Leitor das entrelinhas.


Seu comentário sobre os últimos acontecimentos políticos são cirúrgicos.


Lembrar a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que coordenou com punho de ferro as ações da Lava Jato, quando procurador da República. 


A Câmara dos Deputados confirmou a decisão do TSE juntamente na coincidência do mesmo dia em que o STF rejeitou denúncia de corrupção contra Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara Federal, que dias antes se encontrou com Lula. 


Mesmo dia em que Kakay, ex-advogado de empresas na Lava Jato, e José Dirceu comemoraram, em Paris, fazendo o sinal de “L”, em referência a Lula. Eles enviaram a foto para seus contatos.


Mas, vamos ao que interessa, o cirúrgico comentário de Ricardo Amorim nas suas redes sociais:


- O sistema político blindou-se de qualquer tentativa da sociedade de tentar combater corrupção nesse país. Não bastasse a anulação da condenação de diversos políticos condenados em inúmeras instâncias da Justiça, agora, temos a punição a quem tentou combater a corrupção. O recado está dado para qualquer um que pense em fazer isso no futuro.


As decisões que protegem políticos e perseguem quem tenta combater corrupção unem todo o espectro político brasileiro, independentemente de ideologias. Aqui, não há polarização política. Bolsonaristas, petistas e a grande maioria das demais forças políticas brasileiras estão todas no mesmo barco, de mãos dadas. Dos ministros do TSE que decidiram pela cassação de Dallagnol, 3 foram indicados por Lula, 3 por Bolsonaro e um por Temer. Já a decisão da mesa diretora da Câmara dos Deputados foi tomado por deputados dos Progressistas, PRB, PL, União Brasil, PT, PSD e PSDB.


Isso só acontece porque dezenas de milhões de brasileiros de ambos os lados continuam deixando-se manipular pelos interesses dos hábeis líderes de ambos os lados, tratando questões de Justiça como se fossem de política, como querem seus políticos de estimação. Até quando?

Autor(a): Eliana Lima



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