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A elegância virou estilo

16 JAN 2022

Foto: Reprodução

Nino Cerruti, 91 anos, nos deixou. Estilista italiano, revolucionou o modo de vestir masculino ao criar uma moda que juntava elegância e informalidade. Já nos anos 1970 trouxe à cena o conceito de “casual chic”, algo que misturava refinamento e um certo ar descuidado, que ele considerava “estilo”. Também saiu do seu ateliê, com sucesso imediato, a novidade do casaco desconstruído.

Causou frisson no guarda-roupa feminino com as calças compridas que produziu para diversas grifes como Chanel, num momento em que muitos ambientes proibiam mulheres vestidas com elas.

Nos anos 1960, contratou Giogio Armani como criador de roupas masculinas da Cerruti, parceria que criou uma marca inconfundível e definitiva no mercado, até que Armani resolveu criar sua própria grife, em 1975, a quintessência do chique. 

Certa feita, Cerruti revelou de forma taxativa que era o primeiro a vestir as roupas que criava: “Sempre vesti a mesma pessoa: eu mesmo”. Uma de suas marcas pessoais registradas era o suéter amarelo que vestia como se fosse um amuleto em todos os desfiles que realizava.

Sua sua lista de clientes ilustres incluía figuras do cinema como Jean-Paul Belmondo, Marcello Mastroianni, Richard Gere e Robert Redford – basta olhar para eles e entender plenamente o estilo Cerruti. O fato de haver cursado alguns anos de filosofia garantiu-lhe o carinhoso título de “estilista filósofo”. Considerava elegância “um terrível gosto antigo” e preferia usar a palavra “estilo”. “Ter estilo é misturar cultura e arte”, costumava filosofar.

Autor(a): Heraldo Palmeira, produtor cultural



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