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Aclamado nos palcos, um dos maiores violonistas do mundo é ignorado ao tocar disfarçado em estação de metrô com seu Stradivarius de $ 3,5 milhões

28 FEV 2023

Foto: Reprodução vídeo

Um ingresso para apresentação do violinista Joshua Bell, um dos mais famosos do mundo, custa a partir de aproximadamente 160 dólares. E rapidamente a bilheteria esgota.

Numa iniciativa do jornal Washington Post, o violinista, em abril de 2007, tocou por 45 minutos, com o seu Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares, disfarçado, na estação de metrô L`Enfant Plaza, no centro de Washington.

Despertou pouca ou nenhuma atenção. Três dias antes, ele  tocou no Symphony Hall, em Boston, e não teve lugar para quem quis, apesar do ingresso a 100 dólares. Ma estação, entretanto, foi praticamente ignorado por 1.097 pessoas que passaram à sua frente durante no tempo em que tocou.

Segundo o jornal à época, à exceção de crianças, que mesmo diante da oposição do pai ou da mãe queriam parar para escutar Joshua. O Washington Post entendeu que pode indicar que todos nascem com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada.

Vestido de jeans e camiseta branca e com boné de um clube de basebol local, Joshua Bell começou interpretando Chaconne", de Johann Sebastian Bach, na sua opinião, "não só uma das maiores peças musicais jamais compostas, mas também um dos grandes sucessos de qualquer homem na história".

Somente três minutos e meio após começar a tocar é que alguém colocou um dólar na caixa do violino.

Passados seis minutos, disse o jornal, alguém parou para escutar.

O violinista, habituado aos aplausos, declarou que foi “uma sensação muito estranha aperceber-me de que as pessoas me estavam a ignorar".

Disse que num concerto fica irritado se alguém tosse ou se um telefone toca, mas na estação de metrô as expectativas rapidamente diminuíram e começou a ficar agradecido pelo mínimo de reconhecimento, mesmo um simples olhar. “E fiquei muito agradecido quando alguém punha um dólar na caixa e não apenas alguns trocos".

Os resultados surpreenderam também o diretor da Orquestra Sinfónica Nacional, Leonard Slatkin, que declarou ao jornal esperar que, em cada mil passantes, "35 ou 40 reconhecessem a qualidade e entre 75 e 100 parassem para escutar".

O próprio jornal tinha adotado medidas para o caso de a presença de Joshua Bell provocar tumulto na estação.


Autor(a): Eliana Lima



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