Garrafas de vinho que valem mais que um carro de luxo, e que quase nunca são abertas. Assim é a impressionante adega milionária do advogado e empresário Nelson Wilians, exibida por ele próprio em vídeos que circulam nas redes sociais. São cerca de 4,5 mil garrafas, entre elas, rótulos raríssimos e caríssimos como o Romanée-Conti, Petrus, Château Margaux e dezenas de garrafas de Cristal, o icônico champanhe criado para o czar Alexandre II da Rússia.

Apesar do acervo invejável, o próprio advogado admite que quase não bebe as preciosidades que coleciona. Prefere uísque, especialmente depois de perder 30 quilos. A adega, portanto, se tornou um símbolo de status, e agora também de polêmica.

O nome de Nelson Wilians apareceu citado no inquérito da Polícia Federal que investiga a fraude bilionária contra aposentados do INSS, revelada pelo Metrópoles. Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ele foi relacionado a movimentações financeiras suspeitas no valor de R$ 4,3 bilhões. Em nota, o advogado rebateu, dizendo que na verdade movimentou R$ 5,8 bilhões, valor que considera totalmente legal.

O vídeo da adega, com garrafas que chegam a valer R$ 60 mil cada, reacendeu o debate em Brasília sobre a origem da fortuna do advogado, que também ostenta jatinhos particulares, viagens internacionais de luxo e presença em eventos exclusivos como o Festival de Cannes. Nas redes, ele afirma ter nascido pobre e se tornado milionário graças à advocacia empresarial, por meio de indicações e relacionamentos no setor privado.

O escritório Nelson Wilians Advogados afirmou, por meio de nota, que não é alvo da investigação e que não foi notificado por qualquer autoridade. “As transações financeiras são legítimas, de caráter estritamente privado, e não guardam qualquer relação com investigações sobre fraudes ou eventuais práticas criminosas”, informou.

A PF segue apurando os desdobramentos de um dos maiores esquemas já identificados contra beneficiários do INSS. Enquanto isso, a luxuosa adega de Nelson Wilians, guardando garrafas dignas da realeza europeia, permanece como símbolo de uma riqueza que desperta tanto curiosidade quanto suspeita.

Autor(a): BZN