Polícia

Advogado é preso em Alcaçuz, após trocar mensagem com detento

08 AGO 2022

Foto: MPRN

A segunda-feira (8) começou com mais uma ação da operação Carteiras 2, deflagrada pelo  Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).

No alvo, um "advogado suspeito de integrar uma organização criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais do estado", com o cumprimento de mandado de prisão. Também foram cumpridos outros quatro mandados de prisão contra detentos.

Pois bem

O advogado foi preso na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Segundo o MPRN, lupas de investigação identificaram que ele, "por diversas vezes trocou “catataus” (mensagens) com detentos, estabelecendo a comunicação entre os internos integrantes da organização criminosa que ainda estão nas ruas e as lideranças encarceradas".

Hoje mesmo o MPRN ofereceu denúncia contra o advogado e ele já é réu em ação penal. Na denúncia, o parquet mostra que no dia 6 de outubro de 2021, o advogado entrou em "Alcaçuz portando um print de conversa do aplicativo WhatsApp sobre venda de objeto ilícito. No dia 27 de novembro passado, durante atendimento a internos da mesma unidade prisional, deixou cair um papel no parlatório. Esse “catatau” tratava de comunicação dos presos com integrantes da organização criminosa".

Para o MPRN, o advogado preso se aproveitava de suas funções para driblar a fiscalização penitenciária, usando criminalmente suas prerrogativas.

Continua o MP

- Ao pedir a prisão do advogado, o MPRN reforçou que ele atua como “mensageiro do crime”, o que diuturnamente coloca em risco a ordem pública pela repetição dos atos. Na denúncia, o MPRN frisa que o advogado preso “não é mensageiro de simples faccionados, e sim de algumas lideranças mais importantes da organização criminosa, ou seja, estão atuando diretamente na gestão e manutenção da facção criminosa, que continua em plena atividade até os dias atuais. Aliás, as mensagens repassadas não são simples mensagens fraternas, mas sim missivas do crime, relacionadas a missões e logística do comércio ilícito de entorpecentes. Com efeito, conclui-se que a atuação do advogado é fundamental para a organização e manutenção do tráfico de drogas e que, através dele, criminosos condenados, dentro de estabelecimento penais, continuam a praticar crimes, mesmo sob o pálio da custódia estatal”.

Em tempo

A ação contou com a participação da Polícia Militar e da Secretaria da Administração Penitenciária.

Operação Carteiras

No dia 8 de julho passado, o MPRN deflagrou a Operação Carteiras, que cumpriu seis mandados de prisão preventiva e outros quatro, de busca e apreensão, em Natal, Parnamirim, Extremoz, Nísia Floresta. 

Os mandados foram cumpridos nas residências de advogados, em um escritório de advocacia e nas penitenciárias estaduais de Alcaçuz e Rogério Coutinho Madruga. Três advogados foram presos na ação.

Uma das mensagens apreendidas


Autor(a): Eliana Lima



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