Cultura

Afinal, a quem pertence o Marco de Touros?

28 JAN 2021

Foto: Chegada do Marco ao Museu Câmara Cascudo - Foto: Cícero Oliveira

Diante de insatisfações sobre quem fica com o Marco de Touros, perguntei ao diretor do Museu Câmara Cascudo, professor Everardo Ramos, a quem o monumento pertence.

No que ele respondeu:

- O Marco de Touros, como todo bem arqueológico, pertence à União, como determina nossa constituição federal. Portanto, ele não é de ninguém, mas de todos os brasileiros.

E quem cuida dos bens arqueológicos brasileiros são as Instituições de Guarda e Pesquisa inscritas no Centro Nacional de Arqueologia, do IPHAN, órgão que preside o assunto. 

Para obter essa inscrição, as instituições devem provar que podem conservar os bens arqueológicos de maneira adequada. O Museu Câmara Cascudo, maior museu do RN, que conserva a mais importante coleção arqueológica do estado, está inscrito no CNA há muito tempo.

Por outro lado, no MCC, museu que pertence à UFRN, o Marco de Touros poderá ser estudado por especialistas de diversas áreas e ficar disponibilizado ao público de maneira adequada, contextualizado no âmbito de uma exposição, com um projeto expográfico acurado.

Creio que foi por todas essas razões que o IPHAN escolheu o MCC para receber o Marco de Touros, o que muito nos orgulha. Temos consciência da importante tarefa que nos é dada e não mediremos esforços para cumpri-la.

Em tempo 

O monumento estava no Forte dos Reis Magos, que está fechado para reformas e desde 2018 que o público não tinha acesso ao patrimônio.

O Instituto Histórico e Geográfico estava pleiteando abrigar esse marco de pedra que remete ao descobrimento do Brasil.

É o mais antigo monumento histórico registrado em solo de potis-memoráveis. 

Segundo Câmara Cascudo, ele foi fincado pelos portugueses em 7 de agosto de 1501. Ainda não confirmado. Se assim for, é não apenas o mais antigo do RN, mas também da chegada dos portugueses ao Brasil. Existem dados que historiadores apontam que o Brasil foi descoberto por Touros, no litoral norte potiguar. Tese que teve como pioneiro o saudoso historiador Lenine Pinto.

Tombado em 1962, o marco, feito em mármore, mede 1,2 metro de altura, 30 centímetros de largura e 20 cm de espessura. Na parte frontal existe uma cruz e um escudo em alto relevo. 

Lupas

A história sobre a chegada do Marco ao estado será analisada por pesquisadores da UFRN e o monumento será restaurado, diante de marcas prováveis de argamassa e outras danificações. 

Autor(a): Eliana Lima



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