Política

Alegoria da Acadêmicos do Tucuruvi retrata um índio segurando a cabeça decapitada de D. Pedro II, o grande estadista do Brasil

04 MAR 2025

Foto: Reprodução vídeo

O professor Edmilson Cruz define bem a alegoria da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, de São Paulo, em que um indígena segura a cabeça decapitada de Dom Pedro II, adornada com sua coroa, enquanto erguia a bandeira nacional.  

A ignorância de um povo no quadrado ideológico útil.

Dom Pedro II foi um dos maiores estadistas da história do Brasil. Governou o país por quase 50 anos (1840-1889) e deixou um legado marcante em diversas áreas, incluindo cultura, educação, ciência e relações internacionais.

Durante seu reinado, o Brasil passou por um longo período de estabilidade política, evitando fragmentações comuns na América Latina após a independência. Incentivou a modernização do país, investindo em infraestrutura, transportes e comunicações, como a introdução dos telégrafos e ferrovias.

Intelectual e poliglota, tinha interesse profundo em cultura e conhecimento. Sabia falar, inclusive, o Tupi.

D. Pedro II criou instituições importantes, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Museu Nacional. Foi patrono das ciências e financiou invenções como o telefone de Graham Bell.

Embora não tenha sido o autor direto da Lei Áurea, Dom Pedro II teve um papel importante na transição para o fim da escravidão. Apoiou leis anteriores, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885), preparando o caminho para a abolição total em 1888.

Era muito respeitado no exterior, sendo recebido com honrarias por líderes europeus e americanos. Visitou os EUA e a Europa, onde se encontrou com figuras como Victor Hugo, Napoleão III e Thomas Edison.

Mesmo sendo imperador, demonstrava valores republicanos e democráticos, o que levou parte das elites a vê-lo como um obstáculo ao seu próprio poder. Então, foi deposto em 1889 pelo golpe republicano, mas aceitou o exílio sem resistência, demonstrando grandeza e desapego ao poder.

Em tempo!

A patota que brada “sem anistia” para ‘golpistas’ desarmados é a mesma que celebra o golpe militar de 1889, conhecido como Proclamação da República, que pôs fim no regime monárquico no Brasil. O marechal Deodoro Fonseca era o monarquista que derrubou a monarquia. No dia 3 de novembro de 1891, o marechal dissolveu, via decreto, o Congresso Nacional. Depois, para completar o golpe, instaurou, com outro decreto, estado de sítio no Brasil, o que autorizou o Exército a cercar a Câmara e o Senado e a prender políticos oposicionistas.

Também aplaude o golpe cívico-militar promovido por Getúlio Vargas em 1937, que fechou o Congresso Nacional, que foi cercado por militares; e cancelou as eleições presidenciais que seriam realizadas em janeiro de 1938. Por meio desse golpe, a ditadura varguista durou até 1945.


Autor(a): BZN



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