A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANLR) emitiu nota pública nesta segunda-feira (17) sobre a proposta de alteração do nome da Ponte Newton Navarro.

Segue a nota:

A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANRL) vem a público manifestar seu posicionamento em relação à proposta apresentada de alteração do nome da Ponte De Todos Newton Navarro, sugerida pelo deputado Coronel Azevedo (PL), para homenagear a icônica administradora Wilma de Faria, esclarecendo alguns pontos relevantes sobre a significância de ambos os nomes para a cultura e a história do nosso Estado.

Reconhecemos a importância de homenagear figuras que contribuíram para a cultura e a política do Estado, como é o caso de Wilma de Faria. No entanto, é fundamental que essa homenagem não ocorra em detrimento de outros nomes que também são pilares da nossa história, como o escritor, dramaturgo, desenhista, pintor, O Poeta e Orador da cidade do Natal, Newton Navarro.

Importante obra de engenharia, a Ponte Newton Navarro é um símbolo de progresso e desenvolvimento. É importante relembrar que a proposta de a nomear com o nome de um dos mais ilustres filhos da nossa terra, uma figura emblemática da cultura potiguar, foi, de fato, sugestão desta Academia à então governadora. Essa iniciativa visava reconhecer as contribuições significativas do acadêmico Newton Navarro para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e a governadora acatou com louvor a nossa sugestão. Portanto, seria contraditório trocá-lo agora pelo seu próprio nome.

Não podemos esquecer que o acadêmico Newton Navarro é uma figura central na literatura e na arte potiguar. Sua obra retratou com sensibilidade e profundidade as belezas e desafios do nosso Estado, incluindo a rica paisagem da Ribeira, do Rio Potengi, da Redinha e a necessidade de proteger nossos recursos naturais. O nome da Ponte Newton Navarro, já consagrado pelo uso popular, não é apenas uma obra de engenharia, é também um símbolo da conexão entre a literatura e a vida urbana, um tributo à memória de um autor que soube capturar a essência do nosso povo e de nossa terra.

Câmara Cascudo nos ensina que deve se dar nome novo a coisa nova.  Acrescentamos que a data escolhida para votação coincide com a data dos 33 anos da morte do Poeta (18 de março de 1992), ou seja, uma verdadeira desomenagem.

A Academia manifesta a sua confiança aos nossos deputados que defendem os valores culturais da nossa gente, reafirma seu compromisso com a valorização da literatura e da cultura potiguar, e se coloca à disposição para contribuir com propostas que respeitem e celebrem a pluralidade de vozes que compõem a nossa identidade.

Autor(a): BZN