Política

Após cancelamento de cirurgias cardíacas pela rede conveniada, Prefeitura de Natal assume “extra-teto” e procedimentos serão retomados

07 NOV 2023

Foto: Secretário George Antunes - Foto: Alex Régis

Por meio de ofício à rede conveniada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal comunicou que a partir do próximo dia 10 só seriam pagos os valores contratados dentro do teto em procedimentos cardíacos.


Levantamento feito pelo jornalista Dinarte Assunção junto à rede conveniada do município revelou que existem pelo menos 71 pessoas aguardando procedimentos. 


Nesta terça-feira (7), o prefeito Álvaro Dias determinou que o Município assumirá, de forma provisória, o pagamento do “extra-teto” de hospitais privados que suspenderam o atendimento em cardiologia. 


A decisão foi comunicada, no Palácio Felipe Camarão, pelo secretário George Antunes (SMS) e as cirurgias já devem retornar ao agendamento nesta quarta (8). “Vamos garantir o aporte em torno de R$ 1,3 milhão, sacrificando outras áreas sociais e também de nossa própria secretaria e queremos que as cirurgias vasculares e cateterismos sejam feitas normalmente, começando primeiramente com os pacientes que estão nas UPAS ou em outras internações e depois passando para os que estão em casa”.


O secretário disse que o governo estadual não está fazendo os repasses ao Município e dívida já soma R$ 70 milhões. Assim, com a ausência dos repasses mensais que superam R$ 1,1 milhão, a capital tem assumido toda a conta. 


Questionou: “A prefeitura está assumindo uma responsabilidade que não é nossa. Até quando Natal vai ficar pagando essa conta sozinho é uma pergunta que eu faço. Se não bastassem os repasses em atraso, nós temos outros dois problemas graves. Desde o ano passado temos direito ao aumento do teto financeiro para R$ 43 milhões. Tecnicamente isso já foi aprovado pelo Ministério da Saúde, no entanto falta a liberação do valor. A nossa execução financeira é maior do que as receitas que chegam do Ministério”.


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Falou sobre um terceiro problema enfrentado pelo sistema de saúde em Natal, que m tem origem no sistema de pactuação entre os municípios. “Esse é crônico. O Estado, que deveria reunir todos para uma revisão, não o faz. Temos um prejuízo anual de R$ 68 milhões. Natal vai pagar essa conta para o Estado inteiro até quando? Temos que colocar todos em volta de uma mesa para encontrarmos uma solução e não colocar coisas na mídia como vem sendo feito”.


Sobre as cirurgias ortopédicas, George Antunes garantiu que os procedimentos estão normalizados. “Esse caso que já foi judicializado está resolvido e nós também já estamos pagando essa conta de extra-teto. É algo que, somado com a área cardiológica, chega próximo de R$ 2 milhões ou até mais. Precisamos que algo seja feito para que isso não fique apenas com Natal”.

Autor(a): BZN



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