27 FEV 2023
No dia 23 de janeiro de 2003, o Palácio do Planalto divulgou a foto oficial do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, clicada pelo mesmo fotógrafo da foto oficial deste terceiro mandato, divulgada nesta segunda-feira (27): Ricardo Stuckert.
No primeiro governo, que conquistou após derrotas, quebrou o protocolo de fotos de antecessores. Posou sorridente e sem a faixa presidencial.
Desde o primeiro governo Getúlio Vargas (década de 30), apenas Itamar Franco (1992-94) posou sem a faixa, que foi instituída em 1910 pelo presidente Hermes da Fonseca.
Como pano de fundo, aparecia na foto de Lula a Bandeira do Brasil, também incomum em fotos presidenciais.
A primeira fotografia foi clicada em uma sala ao lado do gabinete presidencial. Demorou 30 minutos e foram gastos três filmes de 24 poses cada um. Naquele tempo não tinha a facilidade de foto digital.
As fases
Lula foi eleito pela primeira vez em 2002, e reeleito surfando em onda-tubo no ano de 2006, com o empresário José Alencar o vice nos dois mandatos. Governou até 2010, quando conseguiu eleger sua sucessora, Dilma Rousseff.
Em 2005, o mensalão abalou seu governo, com ministros centrais acusados de comprar apoio político no Congresso Nacional com o pagamento de ‘mensalidades’. Na linha de frente, José Dirceu, que perdeu o mandato e foi preso.
Em 2006, entretanto, Lula foi reeleito. Venceu o então tucano Geraldo Alckmin (PSB-SP), hoje seu vice-presidente. Houve um tempo em que os dois trocaram acusações mútuas.
Em 2007, Lula privatizou estradas federais, lançando mão da bandeira petista contrária à venda de patrimônio público. E lançou o que seria a bandeira para a eleição de Dilma: o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que teve a então ministra-chefe da Casa Civil como ‘Mãe’. Depois lançou o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", também coordenado por Dilma. Lula fez sua sucessora e deixou o cargo com quase 90% de aprovação popular.
Na crise econômica internacional de 2008, Lula desdenhou como uma "marolinha", enquanto foi um tsunami mundial. Na TV, ele pediu aos brasileiros para continuarem consumindo.
Em 2011, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe e iniciou longo tratamento. Retornou à cena política para intervir no PT de São Paulo e fazer Fernando Haddad seu candidato - vitorioso - a prefeito.
Em 2013, Haddad e Dilma foram alvos de manifestantes.
Em 2015 veio a Operação Lava Jato, que iniciou com investigações em torno de figurões do governo, com acusações de corrupção na Petrobras. Pela primeira vez Lula foi ouvido como testemunha.
Em 2016 explodiu uma nova onda de protestos populares pelo impeachment da então presidente Dilma. Nas ruas e manifestações, apareceram polêmicos bonecos de Lula vestidos como presidiário, que receberam o nome de “Pixuleco”.
A operação resultou na prisão e condenação de Lula e antigos aliados, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, cujas penas somam mais de 400 anos, mas ele ganhou liberdade no final de 2022.
Em julho de 2017, o então juiz federal Sérgio Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção no julgamento em que era acusado de receber um apartamento triplex no Guarujá (SP) em troca da promoção de interesses da empreiteira OAS junto à Petrobras.
Em março de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou por unanimidade os recursos apresentados pela defesa de Lula contra a condenação.
Em abril de 2018, um pedido de habeas corpus do ex-presidente foi negado pelo STF. Lula, então, teve prisão decretada. Ele já se apresentava como pré-candidato à Presidência nas eleições que aconteceriam em outubro.
Em 7 de novembro de 2019, nova decisão do STF permitiu a saída de Lula da cadeia, sob o argumento de que a prisão após condenação em segunda instância era inconstitucional e que réus só poderiam ser presos após "trânsito em julgado", ou seja, no fim do processo, quando esgotam todas as possibilidades de recurso.
Foi solto em Curitiba (PR) no dia 8 de novembro de 2019, depois de 580 dias preso.
Em março de 2021, o STF decidiu que os processos contra ele não deveriam ter tramitado na Justiça de Curitiba. Em junho, a corte suprema entendeu também que ele não devia ter sido julgado com imparcialidade por Sérgio Moro.
Assim, as condenações foram consideradas nulas e novos processos deveriam ser conduzidos em Brasília. Porém, todavia, o retorno dos processos à estaca zero fez com ocorresse a prescrição da pretensão punitiva. Ou seja, cessou o prazo legal para a punição dos crimes.
Em novembro de 2022, ele venceu no segundo turno as eleições concorrendo com o presidente Jair Bolsonaro, por menos de 2 milhões de votos.
A foto oficial publicada hoje (27):
A foto de 2007
Autor(a): Eliana Lima