Saúde

Associada ao câncer de intestino, carne processada é consumida por 75% de homens usuários do SUS no RN

14 JUN 2022

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) lançou campanha para prevenção da doença por meio da alimentação, nutrição e atividade física.

É a campanha "Câncer: dá pra prevenir?".

No alvo, "informar e sensibilizar profissionais de saúde e população da relação entre excesso de peso, inatividade física, consumo de álcool e má alimentação com o câncer e destacar que o câncer pode ser prevenido por meio de um modo de vida saudável".

Para se ter ideia, se comparando os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 e 2017-2018, observa-se que a prevalência de consumo de carne processada (qualquer quantidade), em adultos com idade ≥20 anos que dependem exclusivamente do SUS, aumentou de 34% para 64% em homens, e de 31% para 60% em mulheres. No RN, informa que a "carne processada é consumida por 75% dos homens usuários do SUS".

Segundo o Inca, gastos totais com o câncer de intestino (colorretal), que tem associação com o consumo de carne processada, em 2018 foram de R$ 545,22 milhões no Brasil. "Se nada for feito, estima-se que esses valores serão de cerca de R$ 1,03 bilhão em 2030 e de R$ 1,42 bilhão em 2040. Do montante gasto em 2018, R$ 28,02 milhões foram atribuídos exclusivamente ao consumo de carne processada".

Pois bem

Com base em dados do Microdados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, o Inca aponta que os "gastos totais com os cânceres que têm associação com o excesso de peso em 2018 foram de R$ 2,36 bilhões no Brasil. Se nada for feito, estima-se que esses valores serão de R$ 4,18 bilhões em 2030 e de R$ 5,66 bilhões em 2040. Do montante gasto em 2018, R$ 61,03 milhões foram atribuídos exclusivamente ao excesso de peso corporal".

Para a prevenção do câncer, o Instituto recomenda ser "fisicamente ativo como parte da rotina diária, limitando os hábitos sedentários, como passar muito tempo assistindo televisão e usando o celular ou o computador". 

Outra recomendação é "evitar o consumo de carnes processadas, tais como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela e peito de peru defumado, pois não há limite seguro de ingestão e evitar o consumo de qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica, pelo mesmo motivo".

Peso 

Também recomenda que, ao longo da vida, a população mantenha o peso corporal dentro dos limites recomendados de índice de massa corporal (IMC). O limite saudável para adultos é o IMC de 18,5 a 24,9 kg/m².

Comparando os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 e da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, observa que "a prevalência de excesso de peso em adultos com idade ≥20 anos, que dependem exclusivamente do SUS, aumentou de 47% para 58% em homens, e de 48% para 59% em mulheres".

Bebida alcoólica 

Comparando os dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 e 2019, o Inca observou que a "prevalência de consumo de bebida alcoólica (qualquer quantidade), em adultos com idade ≥20 anos que dependem exclusivamente do SUS, aumentou de 50% para 96% em homens, e de 23% para 97% em mulheres".

Diz que os "gastos totais com os cânceres que têm associação com o consumo de bebida alcoólica em 2018 foram de R$ 1,7 bilhão no Brasil", e que, se nada for feito, "estima-se que esses valores serão de cerca de R$ 3 bilhões em 2030 e de R$ 4 bilhões em 2040. Do montante gasto em 2018, R$ 81,51 milhões foram atribuídos exclusivamente ao consumo de bebida alcoólica".

Atividade física 

A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 observou que a prevalência de atividade física insuficiente no lazer, em adultos com idade ≥20 anos que dependem exclusivamente do SUS, foi de 70% em homens e de 77% em mulheres.

Os gastos totais com os cânceres que têm associação com a atividade física insuficiente no lazer em 2018 foram de R$ 1,4 bilhão no Brasil. Se nada for feito, estima-se que esses valores serão de cerca de R$ 2,52 bilhões em 2030 e de R$ 3,44 bilhões em 2040. Do montante gasto em 2018, R$ 94,66 milhões foram atribuídos exclusivamente a atividade física insuficiente no lazer. 


Autor(a): Eliana Lima



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