A capital alagoana está na iminência de tirar do seu mapa cinco bairros, que já estão desabitados, que concentravam cerca de 50 mil pessoas, que estão desabrigadas, e um hospital, que foi evacuado às pressas. 

Este pode ser um dos maiores crimes ambientais do mundo. Apesar de estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) alertar desde o início de  2010 para os riscos de afundamento dos bairros em Maceió provocados pela mineração de sal-gema, realizada pela empresa Braskem, nada efetivo foi realizado. 

Em outubro último foi criada a CPI da Braskem, mas ainda não foi instalada por falta de indicações.

De acordo com a UFAL, a “Braskem começou a explorar a extração de sal-gema na região em 1997, mas teve de desativar a operação em meados de 2018, quando cinco bairros de Maceió começaram a afundar devido ao colapso do solo pela operação da companhia. A ação da empresa deixou ao menos 50 mil desabrigados e resultou na desocupação de 17 mil imóveis. Em junho, a Braskem disse ter firmado um acordo de indenização com a prefeitura de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão”.

De acordo com o estudo, publicado na revista científica Geophysical Journal International, a exploração do sal-gema pela Braskem estava provocando um aumento do nível do lençol freático na região. Esse aumento de pressão poderia causar o afundamento do solo.

Em 2018, o afundamento começou a se tornar evidente. Em alguns bairros, rachaduras surgiram nas casas e nas ruas. A Braskem foi obrigada a interromper a mineração e a evacuar os moradores das áreas mais afetadas.

Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem pagasse indenização às famílias afetadas pelo afundamento. A empresa também foi condenada a reparar os danos ambientais causados. Mas.

Nas redes sociais, o presidente em exercício Geraldo Alckmin informou que orientou ministros a acompanharem de perto, em Maceió, o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

Autor(a): BZN