04 FEV 2025
O Banco Central (BC) antecipou um novo estouro da meta de inflação para o mês de junho, conforme indicado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (4).
O colegiado destacou a questão fiscal e as flutuações cambiais como riscos significativos para a convergência da inflação em direção à meta estabelecida. "Se as projeções do cenário de referência se concretizarem, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos. Assim, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia o descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas", afirmou o Banco Central.
No cenário de referência apresentado pelo Copom, a projeção de inflação para este ano foi elevada de 4,5% para 5,2%, ultrapassando o teto da meta. Para o terceiro trimestre de 2026, a estimativa é de uma inflação de 4%.
Logo após assumir a presidência do BC, Gabriel Galípolo teve que se justificar pelo descumprimento da meta inflacionária para 2024, ainda sob a gestão de Roberto Campos Neto. Em uma carta aberta, ele atribuiu o estouro à força da economia brasileira, à depreciação do câmbio e a fatores climáticos, em um contexto de expectativas deterioradas. Na ata mais recente, o Comitê de Política Monetária (Copom) reafirmou a importância de políticas fiscal e monetária "harmoniosas", um discurso também adotado pelo ministro Fernando Haddad.
Nessa quarta-feira (29), o Copom seguiu o plano delineado em dezembro e elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. O comitê indicou que pretende realizar mais um aumento da mesma magnitude na reunião programada para março, mas evitou comprometer-se com qualquer ritmo específico de ajuste para maio.
Esta foi a primeira reunião desde que Galípolo assumiu a presidência do BC em 1º de janeiro de 2025. Um dia após a decisão do Copom, Lula comentou que o presidente do Banco Central não poderia "dar um cavalo de pau em um mar revolto" e expressou confiança em que Galípolo criará as condições necessárias para entregar "uma taxa de juros menor no tempo que a política permitir".
Autor(a): BZN
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