A Bolívia caminha para um segundo turno presidencial inédito: pela primeira vez em duas décadas, nenhum candidato de esquerda disputará a etapa final das eleições. O senador Rodrigo Paz, de centro-direita e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, liderou o primeiro turno com 32% dos votos. Ele enfrentará o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, representante da direita conservadora, que obteve 26%.

Favorito nas pesquisas até poucos dias antes da votação, o empresário Samuel Doria Medina terminou em terceiro lugar, com 20%. Após o resultado, declarou apoio a Rodrigo Paz. Para o senador, o desempenho nas urnas revela um desejo de mudança no sistema político boliviano.

O país enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história recente, marcada por inflação anual de cerca de 25%, escassez de combustíveis, falta de dólares e crescente instabilidade política. O cenário é agravado pela sombra do ex-presidente Evo Morales, que governou entre 2006 e 2019.

Atual mandatário, Luis Arce, eleito em 2020 pelo Movimento ao Socialismo (MAS), rompeu politicamente com Morales. Impedido de concorrer, o ex-presidente classificou a eleição como ilegítima e tem defendido o voto nulo.

Autor(a): BZN