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Brasil gasta R$ 132 bilhões por ano com acidentes de transporte

23 SET 2020

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Relatório do estudo Impactos Socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica o país perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018.

O custo desses acidentes chegou a nada menos que R$ 1,584 trilhão. 

A análise, feita em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde - que inclui internações e reembolso de gastos - e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018. 

A pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos.

A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. A maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo. 

Criança 

O número de mortes de crianças caiu com a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas infantis, a partir de 2008. Por outro lado, os acidentes fatais associados às motocicletas ultrapassaram os óbitos dos automóveis a partir de 2009, quando as vendas de motos subiram consideravelmente - menores preços, isenções tributárias, gastos em combustíveis e manutenção fizeram da motocicleta uma opção de transporte de baixo custo para famílias de baixa renda. 

Renda

O estudo analisa custos sociais e financeiros dos acidentes e apresenta propostas de políticas de transporte em nível federal, estadual e municipal. Os pesquisadores sugerem, por exemplo, privilegiar os vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas) no traçado de vias, em vez de veículos. Outra proposição é rever a regulamentação de equipamentos de segurança individual dos diversos meios de transporte. 

Entre os problemas identificados está também a profusão de regras federais, estaduais e municipais - a exceção são os setores aéreo e aquaviário, que seguem regulamentações internacionais.

Autor(a): Eliana Lima



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