Saúde

Brasil retoma produção nacional de insulina após duas décadas

12 JUL 2025

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após mais de 20 anos, o Brasil volta a produzir insulina de forma totalmente nacional. O Ministério da Saúde recebeu, nesta sexta-feira (11), o primeiro lote do medicamento fabricado no país, como parte das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), iniciativa que integra a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

A retomada ocorre por meio de uma transferência de tecnologia da farmacêutica indiana Wockhardt, viabilizada por acordo com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório público, e com a empresa brasileira Biomm, responsável pela produção local. A entrega simbólica do primeiro lote ocorreu na fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

“Depois de mais de duas décadas sem produzir insulina humana, o Brasil retoma essa fabricação para ser entregue ao Sistema Único de Saúde e contribuir com a saúde da população”, afirmou Padilha. “É o Brics acontecendo na prática, mudando vidas e gerando emprego, renda e tecnologia em Minas Gerais”, completou, destacando a parceria com a Índia.

O lote inicial entregue ao SUS conta com 207.385 unidades, sendo 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH. A expectativa do governo federal é que, após a finalização da transferência tecnológica, o Brasil seja responsável por até 50% da demanda do SUS para esses dois tipos de insulina.

O programa contará com R$ 142 milhões em investimentos e deve beneficiar cerca de 350 mil pessoas com diabetes. Estão previstas entregas de 8,01 milhões de unidades de insulina, entre frascos e canetas, entre os anos de 2025 e 2026.

Segundo o Ministério da Saúde, o processo de transferência de tecnologia ocorrerá de forma gradual, até que Funed e Biomm estejam plenamente capacitadas para produzir insulina no país. A produção nacional inclui etapas como embalagem, controle de qualidade, fabricação do insumo farmacêutico ativo (IFA) e do produto final.

Pelo modelo das PDPs, empresas privadas e instituições públicas compartilham responsabilidades, garantindo ao país maior autonomia e segurança na produção de medicamentos essenciais para o SUS.

Autor(a): BZN



últimas notícias