27 JUL 2025
Há mais de meio século o Brasil ocupa a zona cinzenta entre o atraso e o progresso, com o rótulo de “país em desenvolvimento”. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando surgiram as primeiras classificações globais baseadas em industrialização e renda per capita, o país nunca conseguiu alcançar o seleto grupo das nações desenvolvidas, e continua a tropeçar em seus próprios erros.
A ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder, no início dos anos 2000, foi acompanhada de promessas ambiciosas: erradicação da miséria, crescimento sustentável, educação de qualidade, serviços públicos universais e acesso amplo à cidadania. Mais de 20 anos depois, essas promessas continuam promessas, e o Brasil, atolado em desigualdades estruturais, segue dependente de programas sociais que, embora necessários, tornaram-se muleta permanente para boa parte da população.
A falta de políticas públicas que incentivem a produção de bens, a geração de renda e o fortalecimento da autonomia das famílias brasileiras é um dos maiores entraves ao avanço real. A educação básica, que deveria ser o pilar de qualquer projeto de desenvolvimento, segue com baixos índices de aprendizagem, professores desvalorizados e estrutura precária. Essa deficiência afeta diretamente setores como saúde e segurança, que operam em constante colapso e não conseguem atender às demandas de uma sociedade desigual e fragilizada.
Pois bem!
Durante boa parte do século XX, o Brasil era classificado como subdesenvolvido: economia agrária, baixa renda per capita, grandes desigualdades sociais, infraestrutura deficiente e alta dependência externa. A partir dos anos 1950, iniciou-se uma transição marcada por industrialização e crescimento urbano, mas sem romper com as bases históricas da concentração de renda e da exclusão social.
Os avanços econômicos, como o chamado “milagre” da década de 1970 e a abertura dos anos 1990, não se traduziram em inclusão produtiva de larga escala. Mesmo nos anos de crescimento impulsionado pelo boom das commodities, entre 2005 e 2011, os ganhos foram distribuídos com base em políticas assistenciais, e não na qualificação da mão de obra ou no aumento da produtividade.
Emergente, mas estagnado:
Em 2025, o Brasil continua classificado como um país em desenvolvimento por organismos como a ONU e o FMI. Faz parte dos chamados Brics (o atraso) e possui a 9ª maior economia do mundo em PIB nominal, mas esses números escondem realidades duras:
- Educação precária: o desempenho em avaliações internacionais é consistentemente baixo.
- Sistema de saúde sobrecarregado: falta de estrutura e acesso, especialmente fora dos grandes centros.
- Segurança pública ineficaz: altos índices de violência e sensação generalizada de impunidade.
- Desigualdade persistente: milhões ainda vivem abaixo da linha da pobreza.
- Dependência de commodities: a economia brasileira continua vulnerável a flutuações externas.
Pior: boa parte da população economicamente ativa vive sob alguma forma de dependência do Estado, seja via programas sociais ou empregos públicos, sem perspectivas de crescimento individual autônomo.
Futuro condenado a não chegar:
A promessa de transformar o Brasil em uma potência desenvolvida tem sido repetida à exaustão, especialmente por líderes que apostam no populismo e no assistencialismo como ferramentas eleitorais. Enquanto a base da transformação - a educação de qualidade e a autonomia produtiva - continuar negligenciada, o país seguirá na eterna condição de “promessa”. Apenas.
Autor(a): BZN
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