10 JAN 2025
A BBC News revelou mais uma ação estarrecedora do governo petista. Informa que, com o aval de militares, o Brasil “exportou 20 mil frascos de spray de pimenta à Venezuela, de acordo com dados do governo federal. Produto é normalmente usado por forças de segurança para conter protestos. Exportação aconteceu às vésperas das eleições presidenciais de julho deste ano”.
Detalha que foi na cidade brasileira de Pacaraima, na fronteira dos dois países, primeira parada para milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da crise econômica e da repressão política do regime de Nicolás Maduro, “passaram pelo menos dois carregamentos que, somados, totalizam 20 mil frascos de spray de pimenta exportados pelo Brasil ao país vizinho”.
Detalha que o “produto é comumente utilizado por forças de segurança de todo o mundo para controlar protestos como os que foram realizados no país após a contestada declaração de vitória de Maduro para mais um mandato.
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os protestos foram respondidos com detenções arbitrárias e diversas violações de direitos humanos”.
Atenta que a “venda chama atenção porque a sua exportação teve o aval do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro, apesar de ter sido registrada em um momento em que a comunidade internacional e até mesmo o Brasil já tinham dado demonstrações de preocupação com relação ao tratamento dado pelo regime de Maduro à oposição venezuelana.
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Uma tonelada de cocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês”.
A BBC diz que “o governo brasileiro disse que a exportação do produto ocorreu dentro das normas vigentes. O governo da Venezuela não se manifestou. A empresa ou as empresas responsáveis pela venda não foram identificadas”.
Mais:
- A BBC News Brasil questionou o Exército sobre o assunto, mas o órgão informou que não poderia divulgar o nome da companhia que vendeu o produto à Venezuela.
Da mesma forma, não há informações sobre se a compra foi feita por empresas privadas da Venezuela ou pelo governo do país.
Entidades que atuam na defesa dos direitos humanos e especialistas em Relações Internacionais ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, criticaram a venda desse tipo de artefato para a Venezuela: "É claramente equivocada a decisão de exportar materiais, mesmo que não letais, para um país que sofreu uma virada autoritária significativa nos últimos anos e que tem um histórico de repressão violenta contra direitos políticos da população", disse à BBC News Brasil o consultor sênior do Instituto Sou da Paz Bruno Langeani.
Autor(a): Eliana Lima