19 ABR 2025
Ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia desembarcou em Brasília na quarta-feira (16) após receber asilo político do governo brasileiro. Heredia foi condenada pela Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, envolvida em esquemas de propina ligados à Odebrecht e ao governo do falecido ditador venezuelano Hugo Chávez. Em vez de cumprir pena, ela buscou abrigo na Embaixada do Brasil em Lima e, com salvo-conduto concedido pelo governo peruano, foi acolhida oficialmente em território brasileiro.
O episódio expõe mais uma vez o constrangedor papel que o Brasil vem assumindo no cenário internacional: o de “porto seguro” para aliados políticos do entorno do PT. O mesmo país que desmantelou a Operação Lava Jato, maior investigação contra corrupção da história, agora oferece asilo a uma das figuras centrais do escândalo que também envolveu a construtora Odebrecht no Peru.
Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, foi acusada de atuar no comando de arrecadações ilícitas, lavando dinheiro oriundo de contratos fraudulentos com a Odebrecht e de repasses do chavismo, valores que abasteceram campanhas eleitorais no Peru. A investigação revelou, inclusive, que Heredia mantinha agendas com registros de reuniões com executivos da empreiteira e com o próprio Hugo Chávez, utilizando codinomes.
Enquanto seu marido, Humala, cumpre pena no presídio de Barbadillo, em Lima, ocupando a cela que um dia foi do ex-ditador Alberto Fujimori, Nadine Heredia dribla a Justiça graças ao abrigo oferecido por Brasília. O gesto do governo brasileiro repercute negativamente na imprensa peruana, que estampa críticas em suas capas, chamando de “vergonhoso” o apoio dado por Lula a uma aliada condenada por corrupção.
O caso reacende o debate sobre como o Brasil não apenas desmontou o seu sistema de combate à corrupção, desmantelando o trabalho de anos da Lava Jato, como agora oferece, além das fronteiras, apoio institucional a nomes ligados ao mesmo circuito de corrupção que envolveu o PT e seus aliados latino-americanos. Mais uma vez, a mensagem é clara: entre camaradas, a impunidade é lei.
Autor(a): BZN