Política

Cadu Xavier reage à taxação dos EUA, convoca “união” e brada soberania. Oxe-well?

10 JUL 2025

Foto: Reprodução/Redes sociais

Pré-candidato declarado à sucessão de Fátima Bezerra (PT), o secretário da Fazenda do RN, Cadu Xavier, usou as redes sociais nesta quarta (10) para reagir com firmeza à taxação de 50% anunciada pelo governo Trump sobre produtos brasileiros. Em vídeo, Cadu elencou os riscos para a economia potiguar, especialmente para os setores de sal marinho e pescado, que somam até 70% das exportações do estado para os EUA.

Diante disso, conclamou a bancada federal potiguar a se unir em defesa dos empregos e da renda no estado. Até aí, tudo certo. Mas foi além: disse que o Brasil deve “responder à altura”, em nome da “soberania nacional”.

Só que, diante dessa retórica nacionalista inflamada, surgem algumas perguntas inevitáveis:

- O que exatamente seria “responder à altura” aos EUA? Iniciar uma guerra comercial entre um Davi desorganizado e um Golias com a balança na mão?

- Os Estados Unidos, ao imporem tarifas, não estão exercendo justamente… sua soberania?

A fala de Cadu ecoa o discurso do Planalto, mas com um detalhe: ele fala grosso para fora e segue calado para dentro. Não cobra Lula. Não questiona a diplomacia brasileira que preferiu se alinhar a regimes autoritários e atacar plataformas digitais, enquanto os EUA, maiores investidores diretos no Brasil, aguardavam uma postura de parceria.

Mais do que defender o RN, o vídeo parece medir o pulso eleitoral: Cadu se posiciona como alguém “combativo” e “nacionalista”, mas cuidadosamente evita confrontar seu padrinho político, o presidente Lula. Uma soberania seletiva, na medida do discurso, e da conveniência.

Fica a dúvida: Cadu está mesmo preocupado com os empregos potiguares ou apenas com a construção do personagem para 2026?

Autor(a): BZN



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