12 FEV 2025
A cada dez casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil, oito são diagnosticados em estágio avançado. A conclusão é de uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), publicada na renomada revista científica The Lancet Regional Health Americas. Este estudo reflete um panorama preocupante sobre a detecção tardia da doença no país.
A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) tem se destacado há 19 anos como pioneira na prestação de serviços médicos de alta e média complexidade ao Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, sendo responsável por uma parte significativa dos atendimentos na especialidade de cabeça e pescoço.
De acordo com o diretor da Coopmed-RN, Luís Eduardo Barbalho, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, a maioria dos pacientes diagnosticados com a doença tem 60 anos ou mais e, ao longo da vida, adotaram hábitos que favorecem o desenvolvimento do câncer. “A pesquisa reforça o que observamos no dia a dia nos consultórios: os efeitos de hábitos não saudáveis, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, destaca.
O câncer de cabeça e pescoço engloba tumores que surgem na boca, orofaringe, laringe (região das cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, pescoço, tireoide, couro cabeludo e pele da face e pescoço, conforme a classificação da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
A pesquisa do Inca revelou ainda dados alarmantes: nos casos mais graves, os pacientes têm idades mais jovens, com média de 30 a 50 anos, e em sua maioria são pessoas com baixa escolaridade e em situação de vulnerabilidade social. Um dado que chama atenção é que, entre os homens com menos de 50 anos, de baixa escolaridade e que fumam ou consomem bebidas alcoólicas, 80% dos casos são diagnosticados em estágios avançados da doença.
No Rio Grande do Norte, a Coopmed-RN, por meio de contratos licitatórios com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), realiza uma grande quantidade de atendimentos a pacientes com queixas nas áreas acompanhadas pelos especialistas de cabeça e pescoço.
De acordo com médico Luís Eduardo Barbalho, a demanda por procedimentos cirúrgicos é alta e muitos pacientes aguardam meses até serem submetidos a uma cirurgia, o que reforça a urgência de políticas públicas para a melhoria no diagnóstico e no tratamento precoce da doença.
Autor(a): BZN