Política

Cartão corporativo: Lula já gastou mais que Bolsonaro, Temer e Dilma Rousseff

18 SET 2023

Foto: Ricardo Stukert/PR

A Folha de SP revelou nesta segunda-feira (18) que os gastos do presidente Lula da Silva (PT) neste terceiro mandato, com elevado número de compras e pagamentos, chegam a uma média de gastos recorde. “Até agora, foram fechados os extratos de sete meses do cartão corporativo. As despesas, quando somadas, chegaram a um valor próximo de R$ 8 milhões”. Bolsonaro somou R$ 5,3 milhões nos sete primeiros meses de mandato. 


Segundo a Folha, Lula gastou cerca de R$ 1,1 milhão por mês, em números corrigidos pela inflação até agosto deste ano. “Para toda a gestão Bolsonaro, esse cálculo aponta para uma despesa de R$ 1 milhão mensal. Temer e Dilma registraram despesas mensais menores, R$ 584 mil e R$ 905 mil, respectivamente”.


Os dados são do Portal da Transparência, mantido pela CGU (Controladoria-Geral da União), que contém as faturas de janeiro de 2013 até agosto. Os dados foram corrigidos pela inflação oficial (IPCA) acumulada.


Detalha que os cartões corporativos do Palácio do Planalto são usados, entre outras despesas, para a compra de materiais, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, operação de segurança do presidente em viagens, manutenção e realização de eventos no Palácio da Alvorada.


Procurado pelo jornal, o Palácio do Planalto disse que a maior parte das despesas de Lula está relacionada a viagens ao exterior.


Na soma até o momento, o presidente já fez 19 viagens. A fatura de junho foi quase R$ 2 milhões corresponde às despesas de maio.


A Folha explica que os “valores totais das despesas do cartão da Presidência são divulgados, mas há sigilo em relação aos gastos, como alimentação e transporte do presidente. O argumento é que são informações sensíveis da rotina presidencial e que a exposição pode colocar o chefe do Executivo em risco”.


Os cartões corporativos foram criados em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em novembro de 2019, o STF derrubou trechos de um decreto de 1967 para dar transparência a gastos do Palácio do Planalto, inclusive com cartões corporativos.


Em 2020, foi revelado que as faturas de Bolsonaro estavam mais altas que nas gestões Temer e Dilma – não havia ainda informações sobre as despesas nos governos anteriores de Lula. Nem ao detalhamento das compras e pagamentos feitos. Petistas, então, passaram a defender a investigação do uso do cartão e, ao longo do mandato de Bolsonaro, pediam a quebra de sigilo dos gastos.


O Palácio do Planalto foi questionado pela Folha se pretende mudar a regra ao longo deste governo e divulgar o detalhamento de despesas. Mas a Secom (Secretaria de Comunicação Social) disse que esse tipo de informação pode colocar em risco a segurança do presidente. Assim, os dados ficam ultrassecretas, com base na Lei de Acesso à Informação.


Em tempo


Em janeiro, com menos de 15 dias de governo, o Planalto divulgou uma planilha que quebrou o sigilo dos extratos dos cartões corporativos de Bolsonaro, Temer, Dilma e também dos primeiros dois mandatos de Lula, que, até hoje, continuam fora do Portal da Transparência.

Autor(a): BZN



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