25 ABR 2025
Em um ato simbólico e articulado, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou nessa quinta-feira (24) a perda de mandato do deputado Chiquinho Brazão, preso como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Mas, surpreendentemente, a justificativa oficial não cita o crime bárbaro que chocou o país, e sim, “excesso de faltas” às sessões legislativas.
O Ato da Mesa nº 430/2025, assinado por Hugo Motta e demais membros, baseia-se no artigo 55, inciso III e parágrafo 3º da Constituição, que trata da perda de mandato por ausência sem justificativa. A estratégia jurídica tem consequências graves: ao ser cassado por faltas e não por quebra de decoro, Brazão mantém seus direitos políticos e não se torna inelegível, contrariando a decisão do Conselho de Ética, que recomendou a cassação por envolvimento na morte de Marielle, Que foi simplesmente ignorada. E o silêncio ensurdecedor de parte da esquerda chama ainda mais atenção.
PSOL: barulho seletivo e silêncio conveniente:
Enquanto o PSOL se empenha com discursos inflamados e articulações para impedir a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que responde por quebra de decoro, mantém um silêncio constrangedor desde agosto de 2023, quando o Conselho de Ética da Câmara aprovou a cassação do mandato de Chiquinho Brazão (irmão de Domingos Brazão), preso e agora em prisão domiciliar, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, vereadora do próprio PSOL.
Chiquinho, vale lembrar, já foi aliado de campanha da ex-presidente Dilma Rousseff e seu caso aguardava apenas votação em plenário para ser efetivado. Mas, desde então, nenhuma pressão, nenhum movimento, nenhum pronunciamento relevante por parte do partido ou da base de esquerda.
Até a ministra Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, não se manifestou publicamente sobre a demora e o silêncio em torno do caso. Marielle, a quem todos juraram nunca esquecer, parece ter sido esquecida até pelos seus.
Pois é!
A cassação de Brazão por faltas é uma manobra política que escancara a fragilidade da ética legislativa no Brasil. Pior: mostra que até causas terríveis, como a de Marielle, podem ser deixadas de lado quando interesses partidários falam mais alto.
Autor(a): BZN
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