Vou logo dizendo! Sou fã do jovem advogado potiguar Emanuel de Holanda Grilo, 40 anos.

Muito pela sua capacidade intelectual, idem pela sua verve que desmistifica a soberba do juridiquês.

Ou seja: sabe defender uma causa com a realidade da linguagem comum, sem perder a turnura da retórica.

Além de advogado, é escritor. São três livros publicados, com o quarto no prelo. Além de trabalhar o roteiro de uma série para poderoso grupo de comunicação, que ele ainda não revela.

É colunista do Migalhas, concorrido site de quem faz acontecer o circuito jurídico, considerado o maior e mais importante veículo jurídico do Brasil.

A capacidade de Emanuel Grilo, que advoga há uma década, já o levou a ser entrevistado pela Folha de SP, Pedro Bial, Alexandre Borges - meu favorito, que agora também está na CNN -, O Globo, Gazeta do Povo, Veja, e mais um monte de veículos locais de várias cidades, que nem ele lembra mais quantos e quais.

E mais: foi colunista da Facebrasil Magazine e ganhou nada menos que o Brazilian Press International Award de 2017, na Flórida (EUA).

Já sentiu como admiro, né?

Pois tem mais

Esse brilhante advogado atua principalmente no tribunal do júri e no eleitoral.

No seu currículo, já derrotou ministra de Dilma Rousseff e a vice de Fernando Haddad, a doce Manuela D'ávila (PCdoB), em ações em Brasília (DF) e Porto Alegre (RS).

Ainda articula a composição de chapa. Provavelmente será com alguma advogada do sertão, bem seu estilo, a quem tenta convencer a ser sua vice.

Genial

Emanuel Grilo é um advogado extremamente focado, mas tem seu lado muito bem humorado. Da sua genialidade surgiu, inclusive, um heterônimo. 

Ou seja: uma figura imaginária em que ele cria obras e cenários dos mais ácidos e cômicos. Claro, com o afeto dos bons.

Genialidade

Uma das defesas de Emanuel Grilo que mais me chamaram atenção, e achei formidável, foi a composição do mandado de segurança que ele assinou com o colega paranaense Ronan Wielewski Botelho, em janeiro deste 2021, para que o STF determinasse eleições abertas para presidente da Câmara e do Senado.

Mais: além de voto aberto, que também fosse impresso.

Claro, sem êxito. Sabe como é, né?

O tudo nesse pedido está numa particularidade do texto. Ele nada menos que remete ao "poeta baiano" Compadre Washington para a consideração inicial da sua peça:

- 1 Um poeta baiano, dentre tantos extraordinários que lá existem, escreveu com penas de ouro, mesmo que parafraseando um ditado popular, que “Pau que nasce torto, nunca se endireita” Compadre Washington.

Na administração pública este verso perdeu a força com decisões corajosas deste Supremo Tribunal Federal. Há conserto para os atos mal feitos; mesmo que emanados dos outros Poderes. “Se um homem está equivocado, instrua-o gentilmente e mostrelhe seu erro. Mas se não for capaz, culpe-se a si mesmo, ou não culpe nem a si mesmo.” (Idem. X,4)

Temos desvios na nossa legislação pátria, que infelizmente, não são adversidades, mas plantados para nascer e não gerar bons frutos. Alguns dispositivos infiltrados em Nossa Constituição Federal foram assentados para manter o Poder de poucos, sobre muitos; e com viés de “Somos uma Democracia”.

Todavia: A regra é clara, nobres integrantes do VAR jurídico constitucional brasileiro: Democracia só existe com eleições verdadeiras.

No mérito, a confirmação da liminar, concedendo-se a segurança para cassar ou cancelar qualquer legislação infraconstitucional ou interna das Casas Legislativas que tenham como ordem mandamental a votação secreta para eleição das Mesas Executivas no Senado e Câmara dos Deputados.

E finaliza:

- Dá-se à causa o valor de R$ 1,00 (um beija-flor).

Em tempo

As chapas para as eleições na OAB potiguar serão homologadas em setembro. A votação, em novembro.

Autor(a): Eliana Lima