31 AGO 2020
A Comissão de Acompanhamento e Fiscalização das Ações Governamentais para enfrentamento e combate à covid-19 da Assembleia Legislativa do RN recebeu hoje (31), em videoconferência, o empresário Habib Chalita para tratar do impacto da pandemia nas relações empresariais, especialmente no setor turístico do estado.
De acordo com o empresário, logo no início, quando a pandemia se alastrou pelo RN, os estabelecimentos do setor de alimentação e hospedagem foram imediatamente fechados e passaram por momentos totalmente parados, devido os protocolos de isolamento social, que ele considerou "fundamental no princípio da pandemia".
Explicou:
- Os números do impacto desse fechamento começaram a aparecer. Hoje devemos ter cerca de 40 mil desempregados, que envolvem o setor de alimentação e hospedagem. A grande dificuldade que temos é, ainda, a situação referente a linhas de créditos para que o pequeno e micro empreendedor possam reabrir os seus negócios. Por isso, é importante que o estado colabore.
Enfatizou, claro, a necessidade dos empreendimentos trabalharem com segurança, sanitização e cumprindo os protocolos.
O deputado Francisco do PT (PT) falou:
- Ao ouvir sua fala, percebo que você aborda toda a preocupação dos impactos que teve o setor, mas ao mesmo tempo você tem uma visão de preocupação com a vida das pessoas, porque sem vida não há economia.
E perguntou sobre diálogo do setor com os governos estadual e federal para soluções durante e o pós-pandemia.
Habib disse que foi, de imediato, aberto um grupo de trabalho entre o governo estadual e o setor produtivo, quando começou a situação pandemia.
Acrescentou:
- Participamos e passamos diretamente para o governo estadual quais eram os gargalos e as dificuldades que estávamos enfrentando. Com relação ao governo federal, houve decretos e medidas financeiras, mas também existiram gargalos para se ter acesso a essas linhas de crédito. Com o passar do tempo, essas questões foram sendo facilitadas.
Complementou:
- Hoje, o setor de turismo terá a recuperação mais lenta de todas, sobretudo porque precisamos fazer com que a malha aérea do RN possa funcionar. O importante é que possamos dar as mãos, para que possamos superar esses obstáculos.
O deputado Getulio Rêgo (DEM) perguntou se tem alguma pauta específica do setor local em torno de tributos, agência do fomento, para formular ao governo do estado nesse momento.
HC informou sobre acesso de créditos aos pequenos e micros empreendedores, mas alguns não conseguem ainda porque precisam se regularizar para concluir cadastro, já que são, geralmente, trabalhadores informais. “Eu ainda estou aguardando um retorno com relação à situação desses cadastros”.
Tomba Farias (PSDB) lembrou que o turismo e a cultura foram os setores mais atingidos com essa pandemia. Acredita que o governo federal, desse ponto de vista, está fazendo a parte dele na ajuda a esses setores. Quis saber do convidado se ele poderia mensurar um montante de recursos que seriam necessários para recuperação do setor turístico em solo de potis. Segundo Habib, a previsão é de que em outubro se tenha um número exato do impacto da pandemia no setor.
Presidente da Comissão, Kelps Lima (SDD) disse:
- Acredito que as relações sociais, de consumo e empresariais já sofreram transformações profundas e que muitas não voltarão ao estado anterior. Uma das minhas preocupações é que vejo muita gente olhando para o passado e não olhando para o futuro, sem fazer, portanto, leituras modernas dos processos. Eu sinto falta de criatividade. Uma das medidas nesse instante, por exemplo, seria o governo do estado investir a verba da comunicação na reativação da economia do RN, na ativação do turismo regional. Se o turista de São Paulo não vem ao Rio Grande do Norte, o turista de Santana do Matos pode vir a Natal. O turismo interno é o mais seguro”.
Sobre verba da comunicação do governo estadual, o empresário informou que levantamento feito apontou que o turista que que por aqui chegará no período imediato pós-pandemia não virá de avião, mas de carro. “Solicitamos ao governo estadual que fizesse uma mídia voltada para os entornos, para os Estados vizinhos, para que possam vir para cá. Nós sabemos que essas cidades estão à procura de fazer turismo. O RN conseguiu tirar o selo de turismo seguro, então, até o final de 2020, é fazer uma divulgação nesse sentido. O setor privado está se responsabilizando por toda a sanitização nesse momento”, explicou.
Kelps informou que fará um requerimento para o direcionamento de verba de comunicação do estado para o setor turístico.
Autor(a): Eliana Lima