03 DEZ 2024
Os Correios enfrentam uma crise financeira sem precedentes, registrando um prejuízo de R$ 2 bilhões entre os meses de janeiro e setembro deste ano. O valor bilionário representa o maior déficit da história da estatal nesse período, com a possibilidade de superar o rombo de R$ 2,1 bilhões ocorrido durante o segundo mandato de Dilma Rousseff.
Para tentar reduzir o rombo nas contas, os Correios suspenderão contratações de terceirizados por 120 dias, além de encerrar e cortar preço de contratos. “Tais medidas visam, fundamentalmente, a recompor o saldo do orçamentário/caixa para retomada do equilíbrio econômico-financeiro e evitar que a empresa entre em estado de insolvência”, disse documento interno que detalha as ações que serão tomadas pela estatal.
A taxação de compras internacionais, que passou a valer a partir de 1º de agosto deste ano, pode ter contribuído para o prejuízo. Anteriormente, graças ao Programa Remessa Conforme, produtos de até US$ 50 eram isentos de imposto, sendo taxados apenas em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O presidente dos Correios é o advogado Fabiano Silva dos Santos, indicado ao cargo pelo Prerrogativas, grupo de advogados simpáticos ao presidente Lula que atuou contra as acusações de processos da Lava Jato.
Privatização
Durante o governo Bolsonaro, os Correios entraram na lista de privatização. Porém, logo depois de assumir o cargo, em 2023, Lula praticamente encerrou o programa de privatizações e, para a estatal, prometeu "investimento e modernização”. Apesar disso, desde 2023, a estatal viu apenas os prejuízos aumentarem.
Autor(a): BZN