Política

CPI recebe presidente de empresa responsável pelo contrato de construção da Arena das Dunas

09 NOV 2021

Foto: João Gilberto/ALRN

A CPI da Arena das Dunas, na Assembleia Legislativa do RN, recebeu hoje (9), como testemunha, Álvaro Fernandes Cardoso da Cunha, atual presidente da empresa Valora, responsável pelo edital e contrato de construção do estádio. Apenas disse não ter conhecimento sobre nenhum questionamento dos parlamentares.

Relatora da comissão, Isolda Dantas (PT) esclareceu que “foi através do depoimento do ex-secretário Demétrio Torres que se identificou a presença da Valora no processo de contratação e execução dessa obra muito questionável e de custo altíssimo para o RN”.

Explicou que a elaboração do contrato e do edital foi feita de forma dialogada e com apoio de uma assessoria externa ao governo estadual – a empresa Valora. 

Indagou:

- As informações a respeito desse assunto estão um pouco truncadas, e nós identificamos que a Valora foi uma das empresas que fez parte desse processo. Então, eu lhe pergunto: qual foi o papel exercido pela sua empresa na elaboração do contrato e edital da PPP da Arena?.

Álvaro da Cunha respondeu que desconhece os fatos anteriores à sua gestão, pois só ingressou na empresa em junho de 2017. 

Isolda Dantas acrescentou que existe uma ação no Tribunal de Contas do Estado do RN (TCE) acerca do contrato firmado entre a Valora e o Governo do Estado, com uma indicação de ressarcimento ao erário de R$ 3 milhões, porque as contas não foram aprovadas pelo TCE, e indagou quanto tempo durou e qual era o objetivo do contrato, mas Álvaro da Cunha não soube responder.

A deputada insistiu:

- O objetivo desta reunião seria a Valora nos dizer como se deu o processo de construção desse contrato, e me deixa muito surpresa o senhor não saber, por que não foi um contrato qualquer. E, inclusive, quando o TCE decidir em definitivo, é o senhor quem vai responder. Por isso essas perguntas eram bastante pertinentes.

O Subtenente Eliabe (SDD) reforçou que “a empresa é um CNPJ, então as ações que foram cometidas no passado permanecem ligadas a ela até os dias de hoje. Mesmo a testemunha tendo entrado apenas em 2017, ela deveria ter conhecimento dos fatos antigos. A CPI aqui tem uma finalidade, mas eu sei que há outros procedimentos instaurados na Justiça, então não tenho mais questionamentos a fazer.

Presidente interino da CPI, Tomba Farias (PSDB) disse que tudo será esclarecido em breve, já que a situação está judicializada. “Esse é um processo que já corre na Justiça, e já houve várias decisões, mudanças na lei, então se tiver alguém que errou, vai responder”.

Ao final da sessão, Isolda sugeriu uma reunião administrativa, com a presença do presidente titular da CPI, deputado Coronel Azevedo (PSC), para decidir os depoimentos da semana seguinte. 
A próxima reunião ordinária será terça-feira (16), no horário regimental, às 14h30.

Autor(a): Eliana Lima



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