Foram mais de sete horas de discussão. E o resultado foi o já esperado: a maioria da CPMI do 8 de Janeiro aprovou, nesta quarta (18), o relatório final. Por 20 votos favoráveis, 11 contrários e nenhuma abstenção.

Referendaram o parecer da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) que pede o indiciamento de 61 pessoas, entre as quais o ex-presidente Bolsonaro, os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos. No total, o relatório pede o indiciamento de oito generais das Forças Armadas.

A oposição bradou que o documento de “desqualificado” e “parcial”, pois “ignora a verdade”, ao não considerar a possível omissão por parte de membros do governo federal, como o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, e do ministro da Justiça, Flávio Dino. Avaliaram que, diante dos avisos emitidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a cúpula tinha condições para agir e tentar impedir os ataques ao Palácio do Planalto. 

Disse Esperidião Amin:

— Esta CPMI, [foi] sequestrada, sim, pelo governo. Eu duvido que se apresente aqui alguém do governo que pediu a CPMI, que requereu, mas tomaram conta. Conseguem aprovar um relatório, mas a verdade vai aflorar. Esta omissão grotesca, continuada, perspicaz e, lamentavelmente, acolhida pelo relatório, anistiando o ex-chefe do GSI e o ministro da Justiça, Flávio Dino, que não cumpriu com seu dever, mesmo advertido a tempo, isso não vai ficar assim — lamentou o senador. 

Autor(a): BZN