Política

De contradições nas homenagens escolhidas por Madonna em Copacabana

06 MAI 2024

Num dos quadros de homenagens escolhidas por Madonna para o seu super-show em Copacabana, em determinado momento ficou um curioso trio no painel: Che Guevara, que promoveu, na ditadura cubana, perseguição a milhares de gays, que eram enviados para campos de trabalho forçado para serem “curados” por meio de tortura e pancadas.


Ao lado do tirano idolatrado como revolucionário: Frida Kahlo, a artista mexicana declaradamente bissexual.


Do outro lado, Evita Perón, a eterna, que fez da demagogia o alicerce para a estrada rumo à idolatria entre os que dependiam de seus favores. Passou como trator de esteira por cima de quem ficou no seu caminho. A lei que obstruísse suas ambições era, na sua opinião, para ser dobrada ou quebrada. Pronunciou discursos vazios e distribuiu muito dinheiro, que não era dela, mas de todos. De construção, apenas ilusões.


Seu glorioso marido Juan Perón chegou ao poder após golpe militar. Abriu frentes para um regime em que expandiu o poder dos sindicatos de trabalhadores e torrou o dinheiro público em esquemas de bem-estar social. Colocou as classes contra os ricos. Estratégias que funcionaram. Por breve tempo. A Argentina chegou a ser um dos países mais ricos do mundo. O mais da América do Sul. O clientelismo, entretanto, não se sustentou diante da máxima “de onde se tira e não se bota”, o saco esvazia-se. Não demorou muito para surgirem dívidas, déficits, papel-moeda, impostos mais altos e a turbulência no mercado de trabalho, que empurraram o peso argentino para baixo e, idem, a economia do país. 


Mas isso é outra coisa.


O certo é que o show de Madonna foi inesquecível. Para os que sabem mais.

Autor(a): BZN



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