02 SET 2025
A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitou nesta terça-feira (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção do acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal nas investigações sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Durante sustentação oral no julgamento que analisa a trama golpista, o advogado Jair Alves Pereira rebateu as acusações de outros réus citados nos depoimentos de Cid e negou que o militar tenha sido coagido a colaborar.
As dúvidas sobre a delação surgiram após a revista Veja divulgar áudios em que Cid insinuava ter sido pressionado a mencionar Bolsonaro e aliados. Pereira, porém, minimizou o episódio: “Em nenhum momento ele diz, especifica que falou isso. Ele confronta as ideias e a investigação. O que é normal e legítimo dentro de um Estado Democrático de Direito em que o devido processo legal deve ser preservado. Qual é o indiciado que concorda com o delegado ou com o juiz?”
Na ação penal, Cid atua como delator e réu, com benefícios como o direito de responder em liberdade e a possibilidade de redução de pena em caso de condenação.
O advogado também negou envolvimento de seu cliente com o arquivo intitulado “Plano Punhal Verde-Amarelo”, documento atribuído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a um suposto plano para assassinar o presidente Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo Pereira, Cid apenas recebeu o arquivo no celular e não participava dos grupos de WhatsApp em que o material circulava.
“Peço a confirmação da colaboração premiada, com todos os benefícios ajustados, nos termos das nossas alegações finais”, concluiu o advogado.
A sessão segue nesta terça-feira com as sustentações de outras defesas.
Autor(a): BZN