Na audiência com os membros da Comissão Teológica Internacional, nesta quinta (30/11), disse o papa Francisco: "Se não entendermos o que é uma mulher, o que é a teologia de uma mulher, nunca entenderemos o que é a Igreja. Um dos grandes pecados que cometemos foi masculinizar a Igreja.”

"A Igreja é mulher", completou. Continuou: “Devemos desmasculinizá-la e fazê-lo a partir da teologia”. 

A Comissão Teológica Internacional foi criada por Paulo VI na então Congregação para a Doutrina da Fé, em 1969 - uma proposta da primeira assembleia do Sínodo dos Bispos -, para ajudar a examinar as questões doutrinárias mais importantes. 

Pediu Francisco: “Perdoem minha sinceridade!", diante do que considera a escassa presença de mulheres no grupo: Uma, duas, três, quatro mulheres: coitadas! Elas estão sozinhas! Ah, desculpe-me: cinco! Mas, quanto a isso, devemos seguir em frente. As mulheres têm uma capacidade de reflexão teológica diferente da que nós homens temos".

Disse que a discussão sobre os sacerdócio feminino “não é resolvido pela via ministerial; isso é outra coisa". Defende que será “solucionado pela via mística, pela via real". Falou que o "princípio petrino e o princípio mariano" dos seus estudos lendo os livros da filósofa e escritora Hanna-Barbara Gerl deram-lhe muita "luz". 

Observou: "Pode-se discutir isso, mas os dois princípios estão lá. É mais importante o mariano do que o petrino, porque há a Igreja como noiva, a Igreja como mulher, sem se tornar masculina. E vocês podem se perguntar: para que serve esse discurso? Não apenas para dizer que devemos ter mais mulheres aqui - este é um ponto - mas para ajudá-los a refletir”. 

Reforçou: “A Igreja é mulher, a Igreja é noiva. E essa é uma tarefa que peço a vocês, por favor. Desmasculinizem a Igreja.”

Autor(a): BZN