15 NOV 2023
Sem cura até o momento, o diabetes é uma condição metabólica complexa e crônica, caracterizada pelo desequilíbrio no metabolismo da insulina e pelos níveis elevados de glicose no sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 16,8 milhões de pessoas vivem com essa doença no Brasil, deixando o país atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Fatores como hereditariedade, obesidade, hábitos alimentares, estresse e sedentarismo são apontados como os principais para o desenvolvimento da doença.
A associação entre diabetes tipo 2, obesidade e estilo de vida não saudável é significativa, contribuindo para a redução da expectativa de vida. Portanto, manter uma composição corporal adequada e adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, é crucial para prevenir complicações associadas à doença, tais como obesidade e problemas cardiovasculares.
De acordo com diversos profissionais da saúde, a prática regular de atividade física não só melhora a resistência à insulina, facilitando sua atuação no organismo, mas também evita complicações crônicas, contribui para o bem-estar, alivia o estresse, auxilia na perda de peso, previne quedas e fortalece a musculatura.
Juliana Reis, 24, profissional de educação física na Bodytech Tirol, já auxiliou e ainda auxilia diversas pessoas com diabetes, ajudando no controle do nível glicêmico. Com isso, comprova que os exercícios realmente têm papel essencial na diminuição do açúcar no sangue, ajudando no controle da obesidade, o que resulta no funcionamento metabólico do praticante.
“Os exercícios são uma parte importante da nossa vida e trabalhar nosso corpo possibilita deixá-lo preparado para uma vida plena e saudável, por isso a atividade física é tão mencionada como uma medida preventiva para diversas doenças - e com o diabetes não seria diferente. Cuidar antes para não ter que correr atrás do prejuízo é o recomendado, mas é claro, que mesmo para aqueles que já têm diabetes, os exercícios podem e devem ser um dos meios de controlar a doença, até mesmo contribuindo para a redução das doses de insulina. No entanto, com a orientação correta de um profissional de educação física para garantir uma abordagem adequada e monitorar possíveis variações nos níveis de glicose”, explica.
Letícia Gabriela, 18, aluna na Bodytech Tirol, conta que foi diagnosticada com diabetes tipo 1 em 2017, aos 12 anos de idade e revela que, na época, não entendia bem a situação. “Por ser muito nova, eu não compreendia direito a importância, mas mesmo assim não foi algo que me abalou negativamente na época. Desde o diagnóstico eu tenho um suporte muito grande de família e amigos, fator que ajudou bastante na aceitação da minha condição”, revela.
A partir do diagnóstico, Letícia afirma que a situação trouxe uma grande mudança no estilo de vida, sendo a mais drástica na alimentação e na prática de exercícios físicos, fatores essenciais que ajudam a prevenir complicações associadas à diabetes.
“Minha alimentação era de uma criança normal que comia biscoitos recheados, balas, massas, não comia frutas nem verduras. Já na prática de exercício físico, por eu ser muito nova, não era uma coisa que eu achava de suma importância, mas desde o meu diagnóstico eu treino, para conseguir manter o controle do índice glicêmico”, aponta Letícia.
Com a situação sob controle, Letícia hoje incentiva outras pessoas a adotarem uma vida mais saudável através dos exercícios físicos. “Se as pessoas soubessem que uma simples caminhada de 40 minutos todo dia faz diferença, elas não abdicariam disso. Atualmente é tão fácil se identificar com alguma prática, que o estigma de que a atividade física tem que ser só academia, uma obrigação ou algo monótono não se valida mais. Ou seja, você cuidar da sua saúde através de exercícios, e pode sim ser uma coisa prazerosa, só basta se identificar com uma no meio de tantas”, finaliza.
Autor(a): BZN