12 JUN 2024
O tribunal da cidade italiana de Milão colocou sob administração judicial uma filial da gigante francesa do luxo Christian Dior após investigação identificar a subcontratação de trabalho a empresas chinesas que maltratavam os trabalhadores.
No acórdão de 34 páginas, os magistrados afirmam que os empregados eram obrigados a dormir no local de trabalho para haver mão-de-obra disponível 24 horas por dia e que a Dior não teria aplicado "medidas adequadas à verificação das reais condições de trabalho ou da capacidade técnica das empresas contratantes".
Análise em contas de energia revelou ciclos de produção dia-noite sem interrupções, inclusive durante as férias. Checou-se também que foram retirados os dispositivos de segurança das máquinas para que os aparelhos pudessem funcionar mais rapidamente.
Foram identificados que 32 funcionários, nove deles estrangeiros, trabalhavam recebendo salários abaixo do limite e em "ambientes abusivos e insalubres". A prática permitiu que a fábrica controlasse os custos e cobrassem à Dior apenas 53 euros pelo fornecimento de uma carteira de mão que é vendida nas lojas a 2.600 euros.
O Ministério Público de Milão logou lupas de apuração sobre os proprietários das empresas contratantes e subcontratantes. As empresas asiáticas que operavam de forma irregular foram multadas e tiveram suas atividades suspensas.
É a terceira empresa de moda a ser alvo do tribunal de Milão. Em abril, um comissário foi nomeado para gerir uma empresa de Giorgio Armani por causa de falhas na supervisão adequada de fornecedores.
Autor(a): BZN