Política

Dissidência do MLB cumpriu regra e tem direito a voto para delegados do Plano Diretor de Natal

27 JAN 2021

Foto: O símbolo do movimento

Em 2019, líderes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) divergiram de novos membros que começavam a se destacar no grupo e faziam ecos de suas posições.

Até que em julho de 2019, o coordenador do movimento, incluvise com posto nacional, Wellington Bernardo, deixou o MLB. Não demorou e outros líderes  acompanharam-no. E assim fundaram o MLMP - Movimento de Luta Por Moradia Popular.

Fruto desse rompimento, o MLB perdeu quatro das cinco ocupações que coordenava, além de todos os seis núcleos de moradias. Ficou com apenas uma ocupação. E caiu, digamos assim, no ostracismo.

Até que na madrugada do dia 30 de outubro do ano passado, o MLB ganha holofotes. Após a ocupação do imóvel histórico da antiga Faculdade de Direito de Natal, na Ribeira. Prédio da UFRN. Até hoje está em meio a decisões.

Ocupação que teve apoio da deputada federal Natália Bonavides (PT), que foi, digamos assim, adotada pelos novos líderes. Um sonhou realizado, já que com os coordenadores anteriores não tinha tal oportunidade, diante da decisão deles de não ter comprometimento com políticos determinados, mas sim o apoio geral pela causa do direito de ter teto para morar. 

Quem também aproveitou o movimento enfraquecido foi a neo-vereadora Brisa Bracchi, também do PT. Apoiou a ocupação e, na última segunda acompanhou a invasão feita por membros do MLB na quadra da Praça Augusto Leite, segunda-feira (25), para impedir a votação que escolheria os delegados para a revisão do Plano Diretor de Natal (PDN).

Queriam o direito de votar. Mas, segundo o BZN apurou, o MLB perdeu o prazo de inscrição para lançar candidato à Conferência do PDN. Não cumpriu as regras e tentou se impor no grito.

Situação tal que membros do MLMP estavam a caminho da praça, mas desistiram ao saber do tumulto. Os antigos líderes do MLB eram mais aptos ao diálogo. Talvez por isso, tenham mais conquistas. 

Senão, vejamos: o novo MLMP já elegeu um conselheiro tutelar da região Oeste da capital, sendo o oitavo mais votado na cidade, em outubro de 2019. O coordenador Wellington Bernardo foi lançado candidato a vereador, pelo PDT, e obteve 1.086 votos. Atualmente o movimento conta com seis ocupações e 10 núcleos de moradias construídos em oito bairros.

Questionamos o novo movimento social sobre as regras que cumpriram para ter voto no PDN e a posição sobre a atitude do MLB no dia da votação. Enviou-nos uma nota.

Que segue:

- O MLMP, através dos seus membros, cumpriram a regra estabelecida para participarem como candidatos a delegados à conferência do Plano Diretor de Natal. Regra essa estabelecida em audiência pública. Portanto, nós do MLMP temos candidatos a delegado pelo segmento movimento popular. 

Sobre a manifestação do MLB, a nossa opinião é que o movimento tem legitimidade de fazer qualquer protesto e defender seus direitos se acharem violados. Entretanto, segunda-feira não cabia tal atitude, pois o jogo já estava  em andamento.

Dia que era pra ter sido escolhido, através do voto, os candidatos a delegados do segmento movimento popular, que cumpriram a regra pré-estabelecida em audiência pública e em acordos judiciais. Portanto, não caberia tal ação para impedir a sua realização. Mas, cada movimento tem sua forma de agir.

Teve tempo suficiente para o diálogo ou até mesmo para ações judiciais. Agora, também não concordo com a ação da Guarda Municipal, até porque era um grupo pequeno e a ação da Guarda não resolveu o problema que era restabelecer a votação, pelo contrário.

Estamos aguardando a nova data para podermos ter o direito de votar nos nossos candidatos e com isso darmos um passo para a conferência e, aí sim, concluir a revisão e logo na sequência o Conselho da Cidade encaminhar pra Câmara Municipal de Vereadores de Natal,  última etapa da discussão que está atrasada há pelo menos uns 10 anos, porque a última foi em 2007. 

Wellington Bernardo 
Coordenador do MLMP

Autor(a): Eliana Lima



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