07 JUL 2024
A segunda volta das eleições legislativas na França deu uma reviravolta na primeira e o blocão da esquerda e mantém no poder.
O cenário, entretanto, é de insegurança. O país, neste domingo (7), parece ingovernável. Não há maioria absoluta para decisões e o parlamento ficará paralisado, dividido entre três blocos: em primeiro, o Nova Frente Popular (NFP), seguido pela Agrupação Nacional, coligação do presidente Emmanuel Macron, e em terceiro ficou o Reagrupamento Nacional (RN), liderado pela direita de Marine Le Pen.
O certo é que a chamada ultradireita não vai governar o país num futuro próximo. E que o poder presidencial será transferido para o parlamento. E que a esquerda está mais que dividida e disputando entre si o comando do poder, mesmo com a união de estratégia para frear o avanço da direita do jovem Jordan Bardella, pupilo de Marine Le Pen.
Outra coisa é certa: este é, sem pestanejar, o melhor resultado histórico da ultradireita em eleições legislativas na França.
Pois bem!
Mesmo sem voto obrigatório no país, as eleições de hoje (7) tiveram o maior comparecimento às urnas nas últimas quatro décadas.
A tática da esquerda para brecar a ultradireita foi a retirada de mais de 200 candidatos de centro e de esquerda para concentrar os votos nos mais bem colocados. Em distritos eleitorais com três candidatos, por exemplo, ficaram apenas dois. Os eleitores contrários à direita concentraram seus votos em uma única opção. Estratégia que fez a coligação de Macron obter resultado muito melhor do que no primeiro turno.
Em entrevista, Marine Le Pen considerou:
- Estamos dobrando nosso número de deputados. Estamos progredindo contra uma coalizão de todos os movimentos, da LR à France insoumise.
- A maré continua a subir, e nossa vitória agora é apenas adiada.
Autor(a): Eliana Lima