Educação

Especialistas de Natal explicam como uma criança pode se tornar mais estudiosa

04 ABR 2023

Foto: Divulgação

É comum a criançada chegar em casa depois da escola e querer fazer qualquer coisa menos estudar. Brincar, assistir a filmes, jogar videogame: são muitas as ações possíveis que distanciam a turminha dos livros no pós-aula. Um desafio e tanto para pais e responsáveis, que na tentativa de construir um hábito tranquilo, podem errar a mão e tornar esse obstáculo ainda maior.

A psicóloga Andressa Souto, do Complexo Educacional Contemporâneo, explica que o tempo de estudo varia de acordo com a idade de cada criança. No início da Educação Infantil, por exemplo, o ideal é que as atividades feitas em casa sejam mais livres. A criação de uma rotina estável, segundo ela, com o mesmo horário para estudar, vai estimular aos poucos que os pequenos sigam a programação e adquiram autonomia. “Com uma rotina organizada, a criança internamente se organiza. Se as coisas estão desorganizadas e incertas fora dela, é muito difícil fazê-la parar, se concentrar e ter um momento de estudo. Não se trata apenas de uma hora para estudar, e sim de uma rotina de vida, sem imposição, construída de forma conjunta, passando mais segurança e autoconfiança para a criança”, explica a profissional.

Como conta Andressa, em iniciativa recente da escola, foram disponibilizados materiais para os alunos construírem com os pais e responsáveis essa rotina. “Na hora que elas participam, o interesse aumenta”, defende a psicóloga, em detrimento ao que é imposto. Essa naturalidade, afirma ela, faz com que a criança sinta falta quando não acontece. É importante frisar que a rotina proposta pode não funcionar e Andressa diz que revisá-la não deve ser uma questão. 

Essa autonomia, ainda conforme a psicóloga, fará toda a diferença. Nos primeiros estudos, os pais e responsáveis devem perguntar como os professores orientaram a realização da tarefa e reforçar a orientação. Depois, havendo duas atividades, devem sugerir que uma seja feita em conjunto, mas a outra, apenas pela criança, sem corrigir erros, somente estando por perto. Como um “desmame”, explica, que inclui, na sequência, a pergunta “O que você aprendeu com essa atividade?”. “A criança precisa lembrar o lugar de autonomia que possui. Não apenas com palavras, mas principalmente com atitudes, permitindo, abrindo espaço e dando autonomia com supervisão. Isso reflete não apenas na aprendizagem, como também na autoestima dela. Os pais são uma retaguarda de segurança e devem permanecer assim”, resume Andressa.

A professora Hanna Sumaymana, também do Contemporâneo, lembra que a família é o primeiro espaço de socialização infantil. “Ela tem um papel enorme na vida da criança, por ser sua primeira base e influência. Às vezes, pais e responsáveis tem dificuldade de encaixar atividades nas suas rotinas, mas devem considerar a qualidade desse tempo muito mais que a quantidade de horas disponíveis”, esclarece a educadora.

A valorização das conquistas, de acordo com Hanna, é fundamental para o avançar desse processo, pois uma forma de tornar o momento de estudo mais atrativo é justamente ressaltar os avanços da criança. “Frases como ‘Você não sabia disso ontem e hoje já sabe, que legal!’ servem como importante incentivo”, exemplifica. Validação, como ela reforça, que faz toda a diferença para o entusiasmo e o despertar do interesse, extremamente necessários para a conexão da criança com os seus estudos.

Autor(a): Redação



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