30 JUL 2023
Ex-ministro do TSE, o advogado Admar Gonzaga teve seu nome exposto com o vazamento pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das transferências via Pix feitas para o ex-presidente Jair Bolsonaro que somaram mais de R$ 17,2 milhões, entre 1º de janeiro e 4 de julho, sugerindo relação com a vaquinha aberta para o pagamento de multas com a Justiça de São Paulo.
Em entrevista ao Estadão, Admar é taxativo:
- Em primeiro lugar, a minha surpresa e indignação é com a quebra de sigilo. Isso é uma coisa que a gente pensou que já tinha ultrapassado no Estado Democrático de Direito e que vem sendo reforçado, que tem a necessidade de um retorno da Democracia pela imprensa. Mas a gente vê que a própria imprensa não está em absoluto dando relevo a essa absurda quebra de sigilo. Meu nome citado num depósito, como eu faria para qualquer pessoa que eu tenha admiração, qualquer amigo e que tivesse necessidade.
Aliás, já fiz isso algumas vezes na minha vida e para pessoas que não têm nenhuma notoriedade.
Pois bem
À pergunta se o dinheiro doado seria para Bolsonaro pagar as multas, respondeu o jurista:
- Seria para ele usar da forma como ele bem entender. Um homem que tem todo o dinheiro bloqueado para pagamento de multa de máscara e ainda tem que pagar mais não sei quanto. E do meu feitio colaborar com pessoas que eu tenho apreço. Eu o conheço há 30 anos. Faria isso com qualquer amigo meu. Até com gente que eu nem conheço. Eu já fiz caridade com gente que eu nem conheço.
Em tempo
Admar Gonzaga foi ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral entre 2017 e 2019, nomeado por Michel Temer para vaga destinada a advogado. Atualmente é Secretário-geral do Aliança pelo Brasil.
Autor(a): BZN