Prefeitura de São Miguel do Gostoso fecha os olhos e, pior que isso, autoriza festas barulhentas que causam transtornos e prejudicam o turismo da cidade

Pouco a pouco a Prefeitura de São Miguel do Gostoso caminha para a acabar com o que há de melhor no turismo de São Miguel do Gostoso.

A principal marca do destino turístico local é a opção por um lugar tranquilo, com bons restaurantes e pousadas, praias bonitas e um povo acolhedor. Pois a Prefeitura, que deveria cuidar deste perfil, faz tudo ao contrário: autoriza festas barulhentas, não fiscaliza o trânsito nas praias - enfim, vivemos numa cidade sem ordem e sem rumo.

Neste último final de semana (10 e 11  de dezembro), São Miguel do Gostoso estava um inferno para quem procura um destino turístico de lazer e tranquililidade.

Havia festas barulhentas, algumas delas com som alto insuportável, em vários pontos da cidade. Uma delas, com autorização da Prefeitura, foi realizada em uma pracinha que fica na esquina da avenida dos Arrecifes com o início da rua Arabaiana, no bairro do Maceió. O pior é que a festa, particular, foi realizada num espaço público, a pracinha.

A autorização para a realização da festa, que, felizmente, para alívio de todos que se sentiam incomodados, acabou à meia noite, estava assinada por um influente secretário da Prefeitura.

A festa começou por volta das 19h. Mas, enquanto durou, ninguém teve sossego nas imediações da festa. Pousadas, residências – ninguém conseguia conversar, ver TV e até falar no celular, tamanho era o volume do som. Como a Prefeitura autoriza uma festa deste tipo em um espaço público?

A esta pergunta só a Prefeitura de São Miguel do Gostoso pode responder.

O fato é que São Miguel do Gostoso, a exemplo de outras praias do Nordeste, caminha rapidamente para destruir seu turismo. Canoa Quebrada, no Ceará, também era uma praia atraente. Hoje vive um destino turístico em declínio, em total contraste com outra praia cearense, Jericoacoara, que soube planejar seu futuro.

Já há muitos registros, nas pousadas, de hóspedes que se queixam do excesso de barulho. Muitos deles abandonam as pousadas e outros prometem não mais voltar à cidade, por causa do barulho. Também há reclamações de moradores, inclusive com ações no Ministério Público contra a Prefeitura.

Se depender da Prefeitura, São Miguel do Gostoso caminha para, infelizmente, se transformar numa Canoa Quebrada potiguar do futuro.

Lamentavelmente,  o prefeito Renato de Doquinha não sabe prestigiar o que é bom par a cidade. Há poucas semanas, o prefeito sequer compareceu à abertura nem ao encerramento da Mostra de Cinema de Gostoso, um grande acontecimento cultural da cidade e do Rio Grande do Norte. A governadora Fátima Bezerra e seu vice, Antenor Roberto, além de outras autoridades, estavam presentes.

O prefeito não compareceu à Mostra de Cinema de Gostoso. Alguns dias depois, foi visto, dançando, em cima de um trio elétrico que festejava, pelas ruas da cidade, a conquista, com méritos, diga-se, do vice-campeonato nacional de futebol de areia por um time de São Miguel do Gostoso.

Nada contra a conquista do importante título por um time de futebol de São Miguel do Gostoso. Pelo contrário, aplausos para esta conquista.

Mas é importante que o prefeito também prestigie os acontecimentos culturais da cidade. E cuide, a exemplo do que tantos outros prefeitos fazem por suas cidades, para que o turismo de São Miguel do Gostoso continue crescendo, sem os abusos insuportáveis de som e o perigosíssimo trânsito nas praias, como acontece atualmente.

Autor(a): Emanuel Neri
Fonte: noBalacobaco