27 MAR 2020
O governo federal anunciou hoje (27) que vai liberar linha de crédito emergencial para ajudar pequenas e médias empresas a quitar a folha de pagamentos. O setor está entre os mais afetados pela crise gerada pela pandemia de covid-19. A estimativa é R$ 40 bilhões.
A medida deve beneficiar 1,4 milhão de empresas, somando 12,2 milhões de trabalhadores. O crédito será destinado a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões e vai financiar dois meses da folha de pagamento, com volume de R$ 20 bilhões por mês.
Anúncio feito em coletiva de immprensa no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro destacou que, além da preocupação com a disseminação do covid-19 e os efeitos da doença, é preciso garantir empregos para a população. “Devemos diminuir a altura dessas duas ondas [da infecção e do desemprego].
Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto explicou que a medida será operacionalizada pelo BNDES, em parceria com os bancos privados. O limite de financiamento é de dois salários mínimos. Ou seja, se o trabalhador ganha mais de dois salários mínimos, a empresa terá que complementar o salário.
Ao contratar o crédito, a empresa se compromete a não demitir o funcionário nesse período de dois meses. A taxa de juros será de 3,75% ao ano (atual taxa Selic). Do total a ser liberado por mês (R$ 20 bilhões), R$ 17 bilhões serão recursos do Tesouro Nacional e R$ 3 bilhões dos bancos privados. Serão seis meses de carência e 36 meses para o pagamento.
Do presidente do BNDES, Gustavo Montezano:
- O Tesouro disponibiliza os recursos, aplica os subsídios e fica com as perdas e ganhos das operações. 45% do custo de uma pequena e média empresa é folha de pagamento, normalmente em torno 20% ao ano. Temos que atravessar este período garantindo emprego para os trabalhadores.
Presidente da Caixa, Pedro Guimarães informou que o banco já emprestou R$ 20 bilhões aos clientes para enfrentar a crise provocada pelo coronavírus, e que no total a instituição já injetou R$ 111 bilhões. Garantiu:
- Vamos continuar reduzindo juros, aumentando prazos para pagamento e dando liquidez para a economia.
Autor(a): Eliana Lima