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Investigados em esquema do INSS alugaram mansão de luxo em Brasília para montar federação de lobby

04 MAI 2025

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Empresários e um lobista investigados no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alugaram e mobiliaram uma mansão no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, com o objetivo de criar uma federação de associações. A intenção era fazer lobby no Congresso Nacional e no Judiciário, além de influenciar decisões dentro do próprio INSS em benefício dos investigados.

A chamada Federação Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Fenap) teria como representante um parente do empresário Maurício Camisotti, apontado como articulador de três associações envolvidas nos descontos indevidos. Camisotti foi um dos alvos de mandado da Polícia Federal (PF) na operação que apura o esquema. Outras duas entidades suspeitas pertenceriam a Domingos Sávio, também investigado e acusado de estelionato em outras investigações.

Fontes ligadas às associações afirmam que o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, também atuava dentro da federação. As quebras de sigilo bancário autorizadas pela Justiça revelaram transações milionárias entre o lobista e empresários conectados a oito associações que arrecadaram quantias expressivas por meio de mensalidades cobradas diretamente das aposentadorias dos beneficiários.

O escândalo envolvendo o INSS veio à tona por meio de reportagens do portal Metrópoles a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, a série de investigações revelou que, em apenas um ano, as entidades arrecadaram mais de R$ 2 bilhões com descontos questionáveis. Boa parte das associações responde a milhares de ações judiciais por suspeitas de fraudes nas filiações de aposentados e pensionistas.

Autor(a): BZN



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