05 JAN 2024
Em entrevista a’O Globo, o ministro José Múcio (Defesa) disse que no dia 8 de janeiro de 2023 "Não havia um líder com quem negociar. Eram senhoras, crianças, rapazes, moças... Como se fosse um grande piquenique, um arrastão em direção à Praça dos Três Poderes. Foi um movimento de vândalos, financiados por empresários irresponsáveis".
Afirmou que nas Forças Armadas havia “vontade de algumas pessoas” para um golpe durante os atos do 8/1, mas que esse não era o sentimento geral entre os militares. “Podia ser até que algumas pessoas da instituição quisessem, mas as Forças Armadas não queriam um golpe. É a história de um jogador indisciplinado em uma equipe de futebol: ele sai, a equipe continua. No final, me parecia que havia vontades, mas ninguém materializava porque não havia uma liderança. Você pode dizer: “No governo anterior havia pessoas que desejavam o golpe”, mas não havia um líder que dissesse assim: “Nós queremos, eu sou o chefe, vamos”. Não existe revolução sem um chefe”, completou.
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O namorado da presidente do PT, deputado-petistas Lindbergh Farias, postou foto do ministro nas redes sociais e escreveu:
- Tenho muito respeito pelo Ministro José Múcio, mas as declarações dele no jornal @OGloboPolitica de hoje são gravíssimas. “Não havia um líder com quem negociar. Eram senhoras, crianças, rapazes, moças... Como se fosse um grande piquenique, um arrastão em direção à Praça dos Três Poderes.” E completa “No governo anterior havia pessoas que desejavam o golpe”, mas não havia um líder que dissesse assim: “Nós queremos, eu sou o chefe, vamos”. Como assim Ministro? Uma das linhas mais importantes da investigação conduzida pelo STF é sobre a autoria intelectual dessa tentativa de golpe. O próprio Mauro CID em sua delação premiada revela que foi o próprio Bolsonaro que aprovou uma minuta do golpe que falava em anulação das eleições e prisão do Ministro Alexandre de Moraes. Essa fala é quase a defesa de uma anistia prévia da cúpula golpistas, de militares envolvidos na trama e do próprio Jair Bolsonaro. Outra coisa, ministro, teve sim setores importantes das Forças Armadas que participaram do planejamento e da execução dessa tentativa de golpe. Temos a oportunidade histórica de ver esses militares sendo julgado pelo Justiça, no caso o STF. No golpe militar de 64 não houve isso. Nem os que participaram daquele episódio de atentado a bomba no Riocentro foram presos. Falo isso não por vingança, mas por ter certeza de que se não houver punição, eles voltarão a atentar contra a democracia em breve. Quanto aos acampamentos é impressionante o tamanho do erro. Aquilo nunca foi “festa da democracia “. Era a incubadora do golpe. De lá saíram, inclusive, os que tentaram colocar uma bomba no aeroporto de Brasília na noite de Natal. SEM ANISTIA!
Autor(a): BZN