21 JAN 2023
O presidente Lula da Silva demitiu neste sábado (21) o general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército. Ele foi nomeado para o cargo pelo próprio presidente e escolhido pelo critério de antiguidade. A informação foi confirmada por fontes do governo à CNN.
A CNN informa que que o “substituto deve ser o comandante militar do Sudeste, general Tomas Miguel Ribeiro Paiva”.
O general Arruda obteve as respeitáveis quarto estrelas do Exército brasileiro no dia 31 de março de 2019.
O motivo seria, especialmente, por dois episódios, segundo relatos feitos à CNN: “a leniência do general em punir militares que participaram dos atos criminosos em Brasília no último dia 8 e sua recusa em cumprir a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para remover o tenente-coronel Mauro Cid, homem confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro, do comando de um dos batalhões do Exército em Goiânia”.
O general Tomas Miguel Ribeiro Paiva vem sendo alvo de críticas desde que se manifestou favorável ao resultado das urnas e contra as manifestações bolsonaristas. “Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, declarou na quarta-feira (18), no quartel-general do Comando Militar do Sudeste (CMSE), com a tropa formada, em que discursou por cerca de dez minutos.
Disse:
- Ser militar é ter uma instituição de Estado, apolitica, apartidária; não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar.
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E que os militares não devem ter correntes políticas e devem permanecer coesos. “(Ser militar) é não ter corrente. Isso não significa que ele não pode ter sua opinião. Ele pode ter, mas ele não pode se manifestar. Ele pode ouvir muita coisa: ‘faço isso, faça aquilo’, mas ele faz o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”.
Concluiu enfático:
- Essa é a mensagem que quero trazer para vocês. Em que pese o turbilhão, o terremoto, o tsunami, nós vamos continuar íntegros, coesos e respeitosos e vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, da alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna. Essa é a convicção que eu tenho, mesmo que a gente não goste do resultado – nem sempre é o que a gente queria. Mas essa é o papel da instituição de Estado, que respeita os valores da Pátria.
Autor(a): Eliana Lima