03 JUL 2023
Em discurso na inauguração das obras da ferrovia Oeste-Leste, em Ilhéus, Bahia, nesta segunda-feira (3), o presidente Lula da Silva disse que quando era mais novo e começava a tossir, “tomava uma coisinha que passarinho não bebe e a minha garganta ficava boa. Agora, me ensinaram a beber água e a água não para minha tosse. Lamentavelmente eu sou um cara agora que bebo só água. Pelo menos na frente de vocês".
Foi deleite para risos no palco e na plateia.
Em tempo
Na última campanha eleitoral, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a garrafinha de água que o Lula usava nos discursos na verdade era bebida alcóolica. Brados ecoaram de todos os lados.
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No primeiro governo de Lula, ele tentou expulsar do Brasil o jornalista norte-americano Larry Rother como penalidade à matéria que este assinou no jornal The New York Times em que falava da predileção por bebida alcoólica.
O então ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, declarou na época (maio de 2004) que diante da “reportagem leviana, mentirosa e ofensiva à honra” do presidente, “com grave prejuízo à imagem do país no exterior”, considerou “inconveniente a presença em território nacional do autor do referido texto”. Assim, determinou o cancelamento do visto temporário do jornalista.
Pronto!
Foi uma avalanche de críticas, principalmente de entidades de classe, como a OAB, em que o então presidente, Roberto Busato, condenou a atitude: "Todo o episódio é lamentável. Não é tradição do Brasil expulsar jornalistas".
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Paulo Sérgio Domingues, chamou a atenção de que "nem no regime militar jornalista foi expulso do país".
O governo Lula, então, desistiu de cancelar o visto.
Autor(a): Eliana Lima