29 MAI 2025
A fala de Lula da Silva (PT) ao dizer que “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente” não é apenas uma metáfora infeliz, é uma blasfêmia disfarçada de vaidade política. É mais do que uma bravata, é uma ofensa à fé de milhões de brasileiros, ao esforço coletivo de décadas e à verdade histórica.
Ao se colocar como escolhido divino para levar água ao sertão, Lula atravessa a fronteira entre a política e o messianismo. Apropria-se de um drama real, vivido por gerações, para alimentar sua narrativa de salvador. Não é a primeira vez que ele adota esse tom, mas é uma das mais gritantes.
A transposição de águas do Rio São Francisco é, sim, uma das maiores obras de infraestrutura da América Latina. Mas ela não pertence a um nome. É fruto do trabalho de técnicos, engenheiros, gestores e comunidades. Um projeto iniciado em governos anteriores e debatido por décadas.
Lula não trouxe a água sozinho. E Deus, com certeza, não secou o sertão à espera de sua eleição. Ao se colocar como instrumento da vontade divina, ele não só fere o sentimento religioso, mas também recorre a um sofisma perigoso: o de que apenas ele seria capaz de resolver problemas históricos do país.
Lula, em sua verborragia vaidosa, cada vez mais me faz lembrar o Falstaff da última ópera de Verdi, o bufão inchado de si mesmo que transforma qualquer drama em farsa. Como o cavaleiro decadente da ópera, Lula desfila entre o grotesco e o patético, rindo da própria esperteza enquanto se coloca no centro de uma encenação grandiosa que só ele leva a sério. Mas, diferente da comédia, o Brasil não é palco para egolatria. E o sertão não é cenário para delírios messiânicos.
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Autor(a): BZN