25 ABR 2023
Conta o historiador António Forjó que, em 1645, a Quinta Mil Flores, Lisboa, foi comprada por Francisco Holbeche, e lá edificou o palácio que hoje acomoda a Embaixada do Brasil em Portugal.
Palácio que ruiu com o destruidor terremoto de 1755, mas já reconstruído em 1760. Detalhe: a capela, dedicada à Nossa Senhora, quase nada sofreu com o abalo.
O imóvel depois foi sendo repassado a novos proprietários . Em 1918, o novo dono, Carlos Ramires dos Reis, realizou obras, com projeto de Raul Lino, que modificaram a traça original, ampliando-o.
Em 1926 foi vendido a Jerónimo José Carneiro, que fez nova ampliação, em 1953. No ano de 1979, foi comprado pelo estado português.
E eis que em 1987 é comprado pelo governo brasileiro para ser sede da chancelaria, da embaixada e do Centro de Estudos Brasileiros. Foi um dos marcos da Política Externa do Governo Sarney, que deu início à reformulação de diretrizes para a inserção internacional do Brasil sob o signo da democracia.
Na inauguração, em outubro de 1988, o então presidente de Portugal, socialista Mário Soares, que prestigiou a ocasião, disse-se feliz pelo fato de a embaixada vir "certamente a ser animada pela presença da cultura brasileira, que tanto pode influenciar a cultura portuguesa".
A presença cultural de Lula, entretanto, resumiu-se à entrega do Prêmio Camões ao dileto amigo Chico Buarque.
Em tempo
A embaixada fica perto da casa da minha filha em Lisboa. Quando passo pelo imóvel, dá-me a impressão de que precisa de mais cuidados. Inclusive os belos painéis azulejares. E demais obras de arte.
Correio Braziliense
Autor(a): Eliana Lima