A Polícia Federal (PF) rastreou a movimentação dos R$ 48,7 milhões pagos em 2020 pelo Consórcio Nordeste, então presidido por Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, para a compra de respiradores pulmonares que jamais foram entregues. 

Segundo matéria exclusiva do UOL, assinada pelos jornalistas Aguirre Talento e Natália Portinari, a investigação revelou um amplo esquema de desvio e lavagem de dinheiro.

A empresa contratada, a Hempcare, ao invés de aplicar integralmente os recursos na compra dos equipamentos hospitalares, repassou parcelas significativas do valor a terceiros não relacionados ao fornecimento dos respiradores. O rastreamento detalhado da PF apontou que esses recursos, em seguida, foram pulverizados em diversas transações financeiras, configurando um mecanismo típico de lavagem de dinheiro.

Entre as despesas descobertas durante a apuração, está a compra de carros, o que evidencia o desvio dos recursos que deveriam ter sido destinados a salvar vidas em meio à pandemia da covid-19. 

O esquema envolveu sucessivas transferências bancárias para ocultar a origem ilícita do dinheiro e dificultar a sua recuperação.

As autoridades agora trabalham no mapeamento completo da rede de pessoas e empresas que participaram da operação fraudulenta. A complexidade do esquema aponta para um nível de organização e sofisticação que agrava ainda mais a gravidade dos crimes apurados, como estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Casos como este ressaltam a importância de fortalecer os mecanismos de controle, transparência e responsabilização no uso de verbas públicas, sobretudo em momentos de emergência sanitária. A atuação firme da Polícia Federal é essencial para garantir que a saúde pública seja respeitada e que a população brasileira não continue sendo vítima de crimes que comprometem a vida de milhões.

Autor(a): BZN