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Mais um que “se suicida” na Rússia: o ex-ministro dos Transportes

07 JUL 2025

Foto: Reprodução

Na Rússia de Vladimir Putin, a morte parece ter senso de oportunidade, especialmente quando envolve figuras que, por algum motivo, já não estão tão alinhadas com o Kremlin. O mais novo capítulo desse enredo é o do ex-ministro dos Transportes Roman Starovoit, encontrado morto sexta-feira (5), com um tiro, dentro de seu carro, poucos dias após ser demitido do governo.

As autoridades russas rapidamente classificaram o caso como “suicídio”. Como de costume, uma arma foi convenientemente encontrada ao lado do corpo. Nada que fuja ao roteiro.

Mas Starovoit não está sozinho nessa lista de mortes súbitas de figuras do alto escalão ou de empresários com alguma relação, ou desavença, com o poder central da Rússia. 

Eis alguns dos casos mais notórios:

- Ravil Maganov (2022) – Presidente do conselho da Lukoil, maior petrolífera privada da Rússia. A empresa havia criticado a guerra na Ucrânia. Maganov “caiu” da janela de um hospital em Moscou. Suicídio, segundo o laudo.

- Dan Rapoport (2022) – Empresário letão-americano crítico de Putin, foi encontrado morto em Washington D.C., nos EUA, após aparentemente “cair” da varanda do seu apartamento.

- Sergey Protosenya (2022) – Ex-executivo da Novatek, gigante do gás natural. Encontrado morto na Espanha junto com a esposa e a filha. Segundo a polícia, assassinato seguido de suicídio. Mas vizinhos apontaram estranhamentos.

- Vladislav Avayev (2022) – Ex-vice-presidente do Gazprombank. Também foi encontrado morto com sua esposa e filha em Moscou. Oficialmente, outro “assassinato seguido de suicídio”.

- Pavel Antov (2022) – Deputado russo que criticou bombardeios na Ucrânia. Morreu ao “cair” da janela de um hotel na Índia, dois dias após a morte misteriosa de um amigo que o acompanhava na viagem.

A coincidência de tantos suicídios, quedas de janelas, “acidentes” e tiros repentinos, geralmente envolvendo empresários, políticos ou militares que sabiam demais ou ousaram discordar do presidente, já virou quase um padrão na Rússia contemporânea.

No país onde jornalistas são envenenados, opositores somem e oligarcas caem das alturas, a dúvida não é mais “quem será o próximo?”, mas “qual será a causa da próxima ‘morte acidental’?”.

Ah!

Putin é grande aliado do presidente brasileiro, Lula da Silva (PT), com elogios múltiplos.

Autor(a): BZN



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