Política

"Mas eu não roubo, eu devo lealdade a vocês”, diz Bolsonaro após palavrão ao falar sobre rombo de R$ 2 trilhões

09 FEV 2022

Foto: MDR

Na solenidade em Jucurutu (RN), hoje (9), em visita às obras da Barragem de Oiticica, o presidente Jair Bolsonaro, ao relatar sobre esquemas de corrupção que ele afirmou entre os anos de 2003 e 2015, ou seja, no governo petista, que soma cerca de R$ 2 trilhões, não segurou as salivas e bradou:

- Ah, vá pra pu-- que par--, porr-. Desculpe o palavrão aqui. Alguns falam: ah, mas o presidente é mal educado, o presidente fala palavras. Mas eu não roubooo. Eu devo lealdade a vocês.

Pois bem

As palavras não convencionais saíram das salivas giratórias após contar sobre trilhões, isso mesmo, trilhões, de recursos públicos desviados. Cerca de R$ 2 trilhões.

Exemplificou o valor das obras da transposição de água do Rio São Francisco, cerca de R$ 15 bilhões, para comparar aos bilhões desviados da Petrobras entre 2003 e 2015, por meio de "recursos desviados, mal aplicados ou interferências do governo que causaram prejuízos para a estatal e endividamento de mais de R$ 900 bilhões". 

Alertou ao público e a quem acompanhava pela transmissão ao vivo:

- Quem paga essa conta? Vocês!.

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Falou sobre o prejuízo de R$ 500 bilhões no BNDES durante o mesmo período do governo petista, com “recursos desviados, mal aplicados ou emprestados para obras no exterior, que não tão sendo pagos”.

Sobre a Caixa Econômica, no mesmo período, de dinheiro desviado e mal aplicado somou 45 bilhões de reais. 

Rombo de R$ 2 trilhões

- Isso tudo dá pra fazer 100 transposições do São Francisco. Olhem como vocês, nós brasileiros, somos um povo rico. E olhe que não falei em outras estatais, como Correios, de recursos recuperados pela União via delações premiadas, que, somando tudo, ultrapassa R$ 2 trilhões".

Comparação

Para se ter ideia, Bolsonaro comparou quanto o ministro-velocidade Tarciso Freitas dispõe no Ministério da Infraestrutura para gastar por ano: 8 bilhões de reais. Rogério Marinho, para gastar anualmente no Ministério do Desenvolvimento, com mais de 30 mil obras em andamento: cerca de R$ 4 bilhões.

Enfezou-se: 

- E tem gente que tem saudade desses canalhas! Não é só o povo nordestino que sofre não, sobre todo o povo do Brasil, em consequência desses canalhas.

Remeteu aos 50 milhões encontrados em caixas no apartamento de “um companheiro”. 

Referia-se ao ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira (MDB), que teve ontem (8) autorizada sua liberdade condicional, pelo ministro Edson Fachin (STF). Pesa sobre ele o crime de associação criminosa no caso das malas encontradas com R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador (BA). Foi preso em 2017 por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

De volta a Bolsonaro

No seu discurso em Jucurutu, o presidente disse que no seu governo pode surgiu alguma denúncia de corrupção, mas não perdoará qualquer irregularidade.

Lembrou que para evitar corrupção, cada ministério tem um grupo especificamente para controlar e orientar sobre processos, alertar algo que porventura surgir suspeito.

Funai

E relembrou que no período de transição de governo foi descoberto um contrato de R$ 50 bilhões para ensinar índios a “mexer com bitcoins”.

Revelou que em conversa com um grupo de empresários esses disseram que no seu governo entraram pela primeira vez na SPU (Secretaria do Patrimônio da União)  sem a cobrança de propina.

Autor(a): Eliana Lima



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