Justiça

Mauro Cid confirma versão de Marcelo Câmara sobre minuta e monitoramento em acareação no STF

13 AGO 2025

Foto: Ton Molina/STF

Em acareação realizada nesta quarta-feira (13) no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid manteve os depoimentos já prestados à Corte e apresentou esclarecimentos que confirmam pontos da versão do coronel Marcelo Câmara sobre a chamada minuta golpista e o monitoramento de autoridades. Ambos são réus na ação penal que apura uma suposta trama para um golpe de Estado no contexto das eleições de 2022.

Sobre a “minuta do golpe”, Cid reiterou que Câmara tinha conhecimento de discussões sobre a permanência de Jair Bolsonaro no poder, mas esclareceu que não se referia ao documento apresentado pelo ex-assessor Filipe Martins ao então presidente, que previa medidas de exceção. O militar ressaltou que não pode confirmar se Câmara conhecia o conteúdo do texto. Câmara reafirmou que nunca teve acesso à proposta.

Quanto ao monitoramento, Mauro Cid disse que pediu a Marcelo Câmara para acompanhar a agenda do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido de Bolsonaro, que temia uma reunião entre Moraes e o então vice-presidente Hamilton Mourão. O delator afirmou, porém, não saber se Câmara participou de outro esquema, o “Punhal Verde e Amarelo”, que previa atentados contra Moraes, Lula da Silva e Geraldo Alckmin. Câmara declarou que sua atuação foi pontual e restrita à organização de agendas.

A acareação faz parte da fase de diligências complementares do núcleo 2 da investigação. O encontro foi solicitado pela defesa de Câmara, que alegou mal-entendidos nos relatos. O advogado Eduardo Kuntz classificou a medida como “super importante” e destacou que não houve contradição entre as declarações dos militares.

Durante a sessão, a defesa de Marcelo Câmara renovou o pedido de revogação da prisão preventiva, que será analisado após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes também autorizou que o advogado leve seu computador à prisão para preparar as alegações finais.

Preso preventivamente, Câmara participou presencialmente da acareação usando tornozeleira eletrônica. Ele também é investigado por obstrução de Justiça, acusado de tentar contato com Cid.

Autor(a): BZN



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